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Curso de Economia e Ecologia capacita 76 professores Yanomami
Na Aldeia Ajuricaba (AM), grupo aprende a realizar operações básicas de matemática, utilizar o dinheiro, a identificar as potencialidades naturais do seu território e avaliar o impacto dos produtos industrializados sobre o meio ambiente.


Yanomami quer reconhecimento de suas escolas
Professores reivindicam aos Conselhos Estaduais de Educação Indígena do Amazonas e de Roraima o reconhecimento das escolas indígenas em funcionamento na Terra Yanomami.


Professores Yanomami e Comissão Pró-Yanomami reivindicam participação no Conselho estadual de Educação Indígena do Amazonas
Professores e CCPY enviam carta à presidência do CEEI e indicam representantes.


Yanomami fazem intercâmbio com os Macuxi para praticar conversação em português
Experiência pioneira permite a professores yanomami acelerar aprendizado do português a partir da convivência em comunidades macuxi.

 


Curso de Economia e Ecologia capacita 76 professores Yanomami
Na Aldeia Ajuricaba (AM), grupo aprende a realizar operações básicas de matemática, utilizar o dinheiro, a identificar as potencialidades naturais do seu território e avaliar o impacto dos produtos industrializados sobre o meio ambiente.

Um grupo de 76 professores yanomami, procedentes de todas as áreas yanomami no Brasil e falantes de três línguas – yanomae, sanuma e yanõmamï (xamathari) –, participou, de 16 de maio a 15 de junho, do curso de Economia e Ecologia, organizado pela Comissão Pró-Yanomami (CCPY), Urihi-Saúde Yanomami e Serviço de Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya). O projeto foi aprovado e financiado pelo Ministério da Educação e Fundação Nacional do Índio (Funai), com contrapartida das organizações não-governamentais organizadoras do curso.

Foram 200 horas/aula, na Aldeia Ajuricaba, rio Demini, município de Barcelos (AM). Nesse período, o grupo de professores indígenas aprendeu a realizar operações básicas de matemática, a lidar com dinheiro a partir de transações de compra e venda, a identificar as potencialidades naturais do seu território e o impacto que o uso de produtos industrializados causa ao ambiente. A tendência crescente de sedentarização do povo yanomami e a retomada do seu crescimento demográfico vêm causando em várias áreas maior pressão sobre os recursos naturais disponíveis, o que justifica a discussão sobre o uso sustentável desses recursos, a fim de evitar o comprometimento da qualidade de vida da população indígena.

Dentre os objetivos do curso está também o de reforçar a autonomia econômica dos Yanomami face às novas condições econômicas impostas pela situação de contato com a sociedade envolvente, tais como a aquisição de manufaturados, a comercialização de artesanato, e o uso do dinheiro de salários (agentes de saúde, professores).
O líder yanomami, Davi Kopenawa, discursou na abertura do curso. Destacou a importância da educação e do papel dos professores indígenas na luta pela defesa dos seus direitos e da terra. Enfatizou o fato de que é a partir do entendimento dos códigos da sociedade envolvente que será possível às comunidades indígenas adquirirem o saber necessário para manter sua autonomia frente à sociedade dos brancos. Ele alertou também para a importância da unidade, evitando que eventuais divergências internas sejam utilizadas pelos napë (estrangeiro) para fragilizar o povo yanomami. Neste aspecto, a escola tem sido também instrumento de superação de conflitos tradicionais entre grupos. Davi afirmou que mais importante que o dinheiro “é a nossa terra” e alertou para os aspectos práticos positivos e os perigos psicológicos do uso da moeda como meio de transação dos jovens yanomami com os brancos.

As aulas práticas envolvendo o uso do dinheiro ocorreram em um ambiente simulado de mercado, instalado no local do curso. Os professores indígenas puderam realizar a compra de diferentes produtos, o que propiciou intimidade com a moeda e o treinamento das operações matemáticas. O ábaco (calculador manual para efetuar operações elementares de matemática) foi o instrumento utilizado nas primeiras lições sobre adição, subtração e multiplicação. As transações no mercado simulado também serviram para ampliar o vocabulário português dos professores yanomami.

No decorrer do curso, ao mesmo tempo em que os professores ampliavam seu entendimento sobre as relações comerciais em situação interétnica, foram também mapeando os principais problemas que afetam a terra demarcada. Eles destacaram a presença de garimpeiros, a ameaça de ingresso de mineradoras, fazendas vizinhas aos limites da reserva, presença do Exército nas regiões de Auaris e Surucucus, construção de estradas e as cidades próximas ao baixo Marauiá. Os debates sobre alternativas econômicas mostraram as diferentes realidades presentes na Terra Yanomami: a riqueza de recursos naturais existentes na região do Ajuricaba contrastando com a escassez de alimentação em Auaris e Homoxi ou a falta de água no verão em aldeias como Toototobi e Homoxi.

Para dar suporte aos debates sobre o uso dos recursos naturais destinados à aquisição de manufaturados e o impacto ambiental daí decorrente, os educadores contaram com um vídeo em que Davi Kopenawa denuncia a expansão da ocupação da terra indígena pelos não-índios e a conseqüente destruição da floresta. No documentário, o líder indígena questiona o conceito de desenvolvimento ao apontar para a construção de estradas, loteamento de zonas rurais e surgimento de cidades, além de uma maloca que, afetada pelo contato indiscriminado, acabou se assemelhando a uma favela na cidade.

Além da demanda para adquirir maior competência nos processos de acesso a produtos e serviços da sociedade envolvente, os professores yanomami manifestaram a vontade, no futuro, se tornarem médicos, odontólogos, professores, entomologistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, rompendo com a relação de dependência da sociedade majoritária.

No seu relatório final , o coordenador do Projeto de Educação Yanomami (PEI), Marcos Wesley de Oliveira, destaca a dedicação, seriedade, determinação e bom humor dos professores Yanomami durante todo o curso de Ajuricaba. Ele também elogiou o trabalho dos consultores e educadores externos que ministraram o curso, além dos quadros do PEI-CCPY e dos projetos de educação da URIHI e da Secoya. A equipe de consultores era formada por Cristina Troncarelli, que desenvolve projeto de Educação no Parque Indígena do Xingu pelo Instituto Socioambiental (ISA), Matari Kayabi (professor indígena, Xingu), Makaulaka Aweti Mehinaku (professor indígena, Xingu), Eliane Bastos (professora) e Martin Charles Nicholl (professor), Jackeline Rodrigues Mendes (professora), Gersem Baniwa (professor) e Bruce Albert.

O curso também teve a participação de Fernando Bittencourt, administrador da CCPY, e Inês, representante da Funai/AM.

Conforme previsto na programação do curso, foi iniciada a discussão sobre a elaboração do currículo de formação de professores Yanomami, cujos eixos temáticos são terra, saúde e língua. Os professores confeccionaram também o calendário de suas escolas, buscando indicar os meses e períodos mais adequados para as atividades escolares. O currículo contempla também cursos intensivos, acompanhamento às escolas, intercâmbios, pesquisa e registro de aula (diário de classe). Esse debate precedeu o da elaboração do Projeto Político-pedagógico das Escolas Yanomami (PPP). A meta dessas iniciativas é obter das secretarias e conselhos estaduais de educação (Amazonas, Roraima) o reconhecimento da educação ministrada na Terra Yanomami.


Yanomami quer reconhecimento de suas escolas
Professores reivindicam aos Conselhos Estaduais de Educação Indígena do Amazonas e de Roraima o reconhecimento das escolas indígenas em funcionamento na Terra Yanomami.

O grupo de 76 professores Yanomami, participante do curso de Economia e Ecologia, elaborou documento reivindicando junto às Secretarias de Educação e aos Conselhos Estaduais de Educação Indígena do Amazonas e de Roraima o reconhecimento das escolas existentes na Terra Yanomami e do trabalho que realizam. A carta foi elaborada no encerramento do curso para formação de professores, realizado na Aldeia Ajuricaba, município de Barcelos (AM).

No documento, líderes e professores indígenas informam que nas escolas yanomami, além da alfabetização na língua indígena, é ensinada aos alunos a história tradicional do seu povo em defesa da sua terra
Os estudantes indígenas têm também aulas de disciplinas da escola tradicional, como história e geografia do Brasil, matemática, português, ecologia e saúde.

No entanto, esse trabalho pedagógico yanomami ainda necessita de reconhecimento oficial por parte das Secretarias Estaduais de Educação e nem dos Conselhos Estaduais de Educação Indígena do Amazonas e de Roraima. O reconhecimento das instituições de ensino indígenas, por meio de decreto, é fundamental para que ela possam receber materiais didáticos e os professores serem remunerados pelo trabalho que realizam.
A seguir, a íntegra da carta elaborada pelos líderes e professores yanomami

“Nós lideranças juntamente com os professores indígenas das escolas yanomami estivemos reunidos no Curso Economia e Ecologia para Formação de Professores Yanomami.

Por isso nós queremos dizer sobre o trabalho nas escolas Yanomami, na nossa Terra Indígena tem: escolas e professores atendendo alunos.

Nós professores ensinamos nossa língua Yanomami, por isso nós estamos participando do curso de formação dos professores. Nas nossas escolas nós ensinamos a nossa língua Yanomami, nossa História para defender nossa floresta, nossa Terra, nossos rios, nossa cultura. Nós também ensinamos o que aprendemos com os brancos, ensinamos Matemática, Português, Geografia, Ecologia, Saúde, História, também para defender nossa Terra.

Por isso nós estamos escrevendo esse documento para mostrar o trabalho nas nossas escolas.

A comunidade também participa das escolas. Os pata thë pë (os velhos) ensinam os professores, as crianças e os jovens. Nós professores Yanomami escrevemos no Diário de Classe o que ensinamos para os nossos alunos. Nós professores Yanomami trabalhamos muito bem, por isso nós queremos o reconhecimento das nossas escolas pela Secretaria de Educação dos Estados de Roraima e Amazonas.

Queremos que estas duas Secretarias Estaduais de Educação façam o decreto de criação de nossas escolas, parra podermos receber materiais escolares: cadernos, lápis, borrachas, canetas, lousas, giz, cartolinas, lápis de cor, hidrocor, e também recebermos salários para os professores Yanomami.
Junto com esta carta estamos enviando um documento com maiores explicações sobre o nosso trabalho nas escolas Yanomami.
Sim, a escrita acabou.

Atenciosamente

Lideranças e professores Yanomami.”


Professores Yanomami e Comissão Pró-Yanomami reivindicam participação no Conselho estadual de Educação Indígena do Amazonas
Professores e CCPY enviam carta à presidência do CEEI e indicam representantes.

Professores Yanomami enviaram, dia 15 de julho, carta ao presidente do Conselho Estadual de Educação Indígena do Amazonas, Jecinaldo Barbosa Cabral, reivindicando participação na instituição. No documento, assinado por representantes dos grupos das regiões de Demini, Toototobi, Parawau, Ajuricaba, Marauiá e Aracá, eles argumentam que querem trabalhar em conjunto com os demais professores indígenas do estado e participar das discussões do Conselho. Para isso, indicaram dois representantes Antônio Paquidari Dias, como titular, e Dário Vitório Watorikï, como suplente, para representá-los no CEEI. Os dois foram escolhidos durante o curso Economia e Ecologia, realizado na Aldeia Ajuricaba, município de Barcelos (AM), que reuniu 76 professores Yanomami.

A mesma reivindicação foi apresentada pela Comissão Pró-Yanomami (CCPY), por intermédio do coordenador do seu Programa de Educação Intercultural (PEI), Marcos Wesley de Oliveira.

A Comissão Pró-Yanomami deseja ter assento no Conselho como “organização não-governamental que atua na área da Educação Escolar Indígena no Estado do Amazonas”. Na carta Marcos Oliveira destaca o trabalho da Comissão Pró-Yanomami em 14 escolas Yanomami no Amazonas – nas regiões de Demini, Toototobi e Parawau – e em outras 20, em Roraima – nas regiões de Homoxi, Alto Catrimani e Paapiu.

O Programa de Educação Intercultural da CCPY realiza acompanhamento pedagógico das escolas, por meio de visitas periódicas às aldeias. Este trabalho conta com seis assessores não-indígenas que falam a língua Yanomami. Além disso, em parceria com as ONGs Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya) e Urihi-Saúde Yanomami, o PEI vem oferecendo formação a nível de magistério a 90 professores yanomami. A expectativa do coordenador do PEI é de que esta formação, cuja proposta curricular está em fase de conclusão e deverá ser entregue aos CEEI do Amazonas e de Roraima nos próximos meses, seja, ainda este ano, reconhecida pelos dois conselhos.

Marcos Oliveira argumenta que é imprescindível o apoio do CEEI/AM, por meio da experiência dos seus integrantes indígenas e não-indígenas, para levar adiante a importante tarefa de apoiar os Yanomami no fortalecimento da sua forma de vida autônoma nas suas terras tradicionais. A participação de um representante da Comissão Pró-Yanomami no Conselho, segundo o coordenador do PEI, possibilitará a troca de experiências com os integrantes e permitirá compartilhar os resultados da atuação com os Yanomami.

O CEEI do Amazonas, vinculado à Secretaria Estadual de Educação, é composto por 17 índios e 12 não índios, sendo oito deles membros de órgãos governamentais e quatro não-governamentais. Jecinaldo Cabral, presidente do Conselho, é um índio Sateré Maué, que reconhece a importância da participação de representantes dos professores Yanomami e da CCPY na instituição.

A seguir a íntegra da carta dos professores Yanomami:

“Nós estamos mandando esta carta para vocês do Conselho Estadual de Educação Indígena do Amazonas. Nós também temos muitas escolas em nossa terra. Por essa razão, nós queremos realmente nos tornarmos professores. Com essa certeza, nós estamos mandando esta carta.

Nós, professores, queremos dizer isso nesse documento, por isso estamos escrevendo. Somos dos grupos do Demeni, do Toototobi, do Balawau, do Ajuricaba, do Marauiá e do Aracá.

Nós queremos um representante nosso no CEEI/AM. Nós queremos entrar em agosto, na próxima reunião dos Conselheiros.

Durante o Curso de Formação dos Professores Yanomami, nós escolhemos nossos representantes: Antônio Paquidari Dias foi escolhido como titular e Dário Vitório Watoriki como suplente.

Quando os professores Indígenas forem se reunir, nós, professores Yanomami, queremos escuta-los e participar das discussões, para que esses professores indígenas reconheçam os professores Yanomami. Nós queremos trabalhar em conjunto com o corpo de professores indígenas do Amazonas.”


Yanomami fazem intercâmbio com os Macuxi para praticar conversação em português
Experiência pioneira permite a professores yanomami acelerar aprendizado do português a partir da convivência em comunidades macuxi.

Saber falar e compreender o português não significa apenas cumprir um quisito curricular. Para os Yanomami, aprender a língua dos brancos representa dar mais um passo rumo ao fortalecimento da sua autonomia como povo no relacionamento com a sociedade envolvente. A primeira experiência pioneira nesse sentido ocorreu em abril último, quando dois jovens professores do grupo foram conviver com os índios Macuxi, que já dominam o português, como parte do processo de formação para o magistério. O intercâmbio entre professores yanomami e comunidades macuxi teve ainda por objetivo promover a solidariedade entre os povos indígenas de Roraima.

Segundo o coordenador do Programa de Educação Intercultural (PEI) da Comissão Pró-Yanomami (CCPY), Marcos Wesley de Oliveira, a partir de 1998, os Yanomami passaram por vários cursos intensivos de português. Mas, uma avaliação realizada três anos depois por uma equipe de consultores independentes revelou que o grupo tinha uma grande frustração em relação à comunicação oral. Esse sentimento dos professores yanomami sinalizou a necessidade urgente de lhes proporcinar oportunidades para aumentar sua fluência em protuguês.

Para isso, um dos métodos mais eficazes é levar os alunos para um ambiente no qual apenas a língua alvo do aprendizado seja falada. Em agosto do ano passado, a idéia de intercâmbio foi debatida e entusiasmou o grupo de 56 professores que participaram do curso Terra (ver Boletim Pró-Yanomami 19, de 17 de agosto de 2001), realizado na Missão Catrimani.

A proposta foi discutida com o presidente e secretário da Organização dos Professores Indígenas do Estado de Roraima (Opir), professor Enilton André da Silva. Em seguida, ocorreram discussões para identificar as áreas para as quais poderiam ser levados os professores yanomami e, por fim, escolhidos os pioneiros do projeto.

A primeira oportunidade de efetivar o intercâmbio surgiu em março último. Os professores yanomami Daniel de Watorikï e Rafael de Parawau, que tinham disponibilidade, foram levados às comunidades macuxi de Sorocaima (região de São Marcos) e Câmara (Raposa/Serra do Sol), respectivamente. Apesar de todas as dificuldades de transporte, a iniciativa apresentou resultado positivo e deverá ser ampliada.

Se a proposta puder contar com a colaboração do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e do Departamento de Educação da Fundação Nacional do Índio (Funai), será possível oferecer a mesma experiência a um grupo de até 20 alunos yanomami, a partir de agosto de 2002. Mantido o mesmo ritmo, no prazo de dois anos, será possível habilitar um considerável grupo de jovens yanomami na fala da língua portuguesa.

Diante do êxito desta primeira experiência, os professores Yanomami estão reivindicando a continuidade destes estágios lingüísticos entre os Macuxi para exercitarem com mais eficiência o uso oral do português. No encerramento do curso Economia e Ecologia, ocorrido na Aldeia Ajuricaba (AM), eles elaboraram uma carta, dirigida à Funai, submetendo a proposta à apreciação do órgão indigenista. No documento argumentam que, “se não aprendermos a falar a língua dos brancos nós não conseguiremos responder aos que cobiçam a nossa terra, porque nós não falamos português”.


..Coordenação Editorial: Alcida Rita Ramos, Bruce Albert, Jô Cardoso de Oliveira


 

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