Um
grupo de 16 professores Yanomami foi aprovado no concurso
realizado pela Secretaria de Educação
de Roraima para o preenchimento de 214 vagas para docentes
de Língua Indígena. Além dos Yanomami,
concorreram professores das etnias Waiwai, Yekuana,
Makuxi e Wapixana. As provas objetivas foram aplicadas
no dia 5 de dezembro 2004. O processo seletivo foi concluído
em 2 de janeiro de 2005 com a entrega de documentos
de título.
O resultado deverá ser anunciado oficialmente
em breve. Apesar deste sucesso, os professores indígenas
continuam inseguros quanto à sua contratação.
Nenhum representante do Núcleo de Educação
Indígena da Secretaria de Educação
do estado de Roraima deu sinais de que vai cumprir essa
promessa que foi feita ainda na administração
anterior. Em julho de 2004, a ex-secretária estadual
de Educação, Lenir Veras, havia garantido
a contratação de professores Yanomami
aprovados a partir de janeiro de 2005.
No entanto, a crise instalada no governo estadual em
2004 mudou a configuração política
do Executivo de Roraima, com o retorno ao cargo do ex-governador
Ottomar Pinto, substituindo o governador Flamarion Portela.
Apesar de o processo seletivo não ter sido interrompido,
a incerteza sobre as contratações é
hoje a maior preocupação dos professores
concursados.
Secoya
promove curso para os Yanomami do Amazonas com apoio
da CCPY
O
Serviço de Cooperação com o Povo
Yanomami (Secoya), ONG que atua com os Yanomami do Amazonas,
começou a quarta edição do seu
curso de formação de professores no último
dia 10 de janeiro. O curso realiza-se na Aldeia de Bicho-Açu,
Rio Marauiá, no município de Santa Isabel
do Rio Negro utilizando a metodologia desenvolvida pelo
Programa de Educação da CCPY. Os assessores
pedagógicos da CCPY, Luis Fernando Pereira, Simone
de Cássia Ribeiro, Lídia Montanha Castro
e Maurice Seije Tomioka Nilsson, foram chamados para
ministrar os módulos de Geografia, História,
Matemática, Ciências Naturais, Pedagogia
e Direitos Indígenas que compõem essa
quarta edição do curso.
Desenhos
Yanomami no acervo do Museu Nacional de Belas Artes
do Rio de Janeiro
Quatro
desenhos de Orlando Wakatautheri, produzidos em 1975,
ganharam espaço no acervo do Museu Nacional de
Belas Artes do Rio de Janeiro (MNBA), que reúne
cerca de 15 mil obras e é considerado a instituição
com a maior e melhor coleção de artes
do País, a partir do século XIX. Os trabalhos
de Orlando foram coletados pelo padre João Saffírio,
da Missão Catrimani (Roraima), em 1976, e passaram,
mais tarde, a integrar a coleção da fotógrafa
Cláudia Andujar, uma das fundadoras da CCPY,
que, recentemente, os doou ao MNBA.
Cada um dos desenhos de Orlando Wakatautheri mede 49
cm por 33 cm e foi produzido a lápis de cor sobre
papel. Antes de entrarem no acervo do MNBA, os desenhos
foram expostos em 2004 na mostra “Trama Espiritual
da Arte Brasileira”, no Instituto Tomie Ohtake,
em São Paulo, pelo curador Paulo Herkenhoff,
e no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
Orlando Wakathautheri faleceu em março de 1977,
como tantos outros Yanomami na época, vítima
de uma epidemia de sarampo, uma das muitas e nefastas
conseqüências da abertura de um trecho da
BR-210 (1973-1976), a rodovia Perimetral Norte que cortou
a porção sudeste da Terra Indígena
Yanomami como parte do Plano de Integração
Nacional do governo brasileiro, e que há muito
foi tragado pela floresta.
FUNASA-RR
anuncia para fevereiro reunião do Conselho Distrital
de Saúde Yanomami
A
convocação da sexta reunião ordinária
do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Yek’uana,
pendente desde julho de 2004, foi finalmente anunciada
em caráter oficial pela FUNASA-RR para 1- 3 de
fevereiro 2005, no auditório da Universidade
Federal de Roraima, quando serão avaliadas as
atividades de atendimento em saúde no Distrito
Sanitário (DSEI)-Yanomami. A pauta do encontro
prevê ainda discussões sobre a composição
do conselho, revisão do seu regimento interno
e funcionamento dos conselhos locais de saúde.
Diante das repetidas queixas formuladas nos últimos
meses em documentos de representantes de várias
regiões da Terra Indígena Yanomami sobre
a deterioração da qualidade do atendimento
em saúde no Distrito, a CCPY considera um passo
muito positivo a reabertura desse espaço de expressão
institucional aos usuários indígenas do
DSEI-Yanomami, recuperando um necessário e eficiente
canal de comunicação entre as partes.
Esta reabertura foi reivindicada repetidas vezes em
2004 pela CCPY, como atesta o seu último comunicado
de 20 de dezembro que diz:
“Mais uma vez, a CCPY insiste veementemente
na necessidade de os Yanomami avaliarem institucional
e publicamente o desempenho do DSEI-Yanomami e, desse
modo, poderem exercer seu pleno direito de controle
social sobre os serviços de saúde pública
administrados em seu benefício”.
(Ver:
http://www.proyanomami.org.br/v0904/index.asp?pag=noticia&id=3904).