.

Brasília,

 

 

 

 


Untitled Document

Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Livros, Eventos e Filmes

Data: Janeiro, 2005
Titulo: Vulnerabilidade do Ser na obra de Claudia Andujar
Fonte: O Estado de São Paulo

Produção da fotógrafa é revista em ampla mostra na Pinacoteca e em publicação da editora Cosac Naify

Untitled Document

Produção da fotógrafa é revista em ampla mostra na Pinacoteca e em publicação da editora Cosac Naify

Desde a década de 50, quando se tornou uma fotógrafa, Claudia Andujar andou por diversas regiões, brasileiras e de outros países - e desde lá atrás, em sua história pessoal, ela já veio andando até chegar ao Brasil. Nascida na Suíça, criada na Hungria, mais tarde, nos Estados Unidos, ela foi encontrar o Brasil em 1955. Tinha 24 anos e foi um pulo encontrar a fotografia como meio de se comunicar com o mundo. De todas as suas experiências, a que se tornou a grande marca de sua carreira foi o trabalho sobre os índios ianomâmis. Foram mais de 30 anos dedicados a eles e sua experiência não se resumiu em apenas retratos de tribos, milhares de negativos, mas vivência, convivência com a particular cultura e engajamento político - sua luta pela defesa, pela demarcação do território indígena.

De tudo o que viu, sobre os ianomâmis certa vez Claudia afirmou em depoimento para tese da historiadora Daisy Perelmutter: "O sentimento mais forte que eu tenho é essa enorme vulnerabilidade que eles têm frente ao mundo. E que é pouco entendida. Ou porque são exóticos, ou são primitivos, ou são incompreensíveis. Essa vulnerabilidade me toca profundamente." Vulnerabilidade. A palavra se estende para os mais diversos domínios, aliás, para qualquer domínio porque faz parte da condição do humano. A Vulnerabilidade do Ser é, agora, o título de sua mostra que será inaugurada hoje na Pinacoteca do Estado e do livro que a Cosac Naify lançará no dia 19 em torno de sua obra.

A exposição reúne cerca de 80 imagens realizadas desde a década de 60 - tanto coloridas quanto em preto-e-branco - e faz uma leitura abrangente da obra dessa grande fotógrafa. Como escreve o curador Diógenes Moura, um dia "Claudia Andujar abriu sua gaveta", seus arquivos, e, assim, foi possível trazer amostras selecionadas de sua intensa produção. O grande beneficiado dessa ação é o público, que se encantará (ou já se encanta) com as belas imagens - algumas belas até mesmo com a tristeza que carregam.

A mostra, que ocupa o hall e três salas do museu, começa com o registro de um parto feito em 1966 em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. "Uma luz de vela ilumina o nascimento e pronto: nada mais precisa ser dito. Fez-se a vida", descreve o curador. A partir daí, da vida, a exposição segue, "o Brasil Viajante aos poucos vai aparecendo no que poderia ser um olhar estrangeiro, mas não é. O País se olha no espelho", ainda nas palavras de Moura.

A menina que viu grande parte de sua família paterna judia ser perseguida e morta durante a perseguição nazista na Hungria - e desde criança escrevia poemas nas paredes - conseguiu escapar do horror ao ir para Nova York, onde viveu na casa de um tio. Lá, começou a pintar e mesmo quando chegou ao Brasil essa era sua forma de expressão. Conheceu o professor Pietro Maria Bardi por meio de sua pintura e foi numa viagem que descobriu a fotografia, de forma despretensiosa.

Assim, a fotografia começou a tomar parte de sua vida. O primeiro contato com tribo indígena, os carajás, ocorreu em 1958, numa viagem pela Ilha do Bananal. A partir dessa primeira experiência, Claudia Andujar (o sobrenome vem do primeiro casamento com filho de refugiados espanhóis Julio Andujar) foi e voltou várias vezes ao local a fim de retratar aquele povo. Para se dedicar mais e mais à fotografia, começou a trabalhar como fotojornalista, principalmente na revista Realidade.

O contato com os ianomâmis veio mais tarde, na década de 70. Por meio de Laymert Garcia dos Santos, Pietro Maria Bardi, Darcy Ribeiro, Paulo Herkenhoff, Anna Carboncini e Beto Ricardo - ocorrerá um debate com a presença da própria Claudia, Moura e da crítica Lisette Lagnado. Outro contato possível é a mostra que será aberta na terça-feira na Galeria Vermelho, com a instalação Yano-a, de Claudia - no mesmo dia, Chiara Banfi também inaugura exposição no local. (Camila Morgado)


Untitled Document
Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


  Para informações adicionais favor enviar

  e-mail para o escritório central da
  Comissão Pró-Yanomami no seguinte
  endereço:
   
  proyanomamidf@proyanomami.org.br
   
 
Financiadores:
 

Comissão Pró-Yanomami 2003 - A comissão incentiva a veiculação dos textos desde citadas as fontes.