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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 3 - Novembro - 2000
Titulo: Redução do Orçamento do Governo par a Saúde Yanomami ameaça a continuidade de sua assistência
Fonte: CCPY - Comissão Pró-Yanomami, Boletim 8

Os yanomami se encontram mais uma vez ameaçados em virtude da possibilidade de interrupção da assistência à sua saúde. As diversas instituições que atuam no Distrito Sanitário Yanomami receberam com extrema preocupação a notícia da redução de 33% dos recursos destinados à saúde dos yanomami para o ano 2001.

Histórico:

A história epidemiológica dos Yanomami é marcada pela alta incidência de doenças infecto-contagiosas, para as quais possuem baixa resistência imunológica natural, introduzidas através do contato relativamente recente com a nossa sociedade. Notadamente as epidemias de sarampo nas décadas de 60/70 e de malária nas décadas de 80/90 resultaram em perdas demográficas de grande impacto. Durante a chamada “corrida do ouro” em Roraima ocorrida nos 4 últimos anos da década de 80, a malária foi introduzida em larga escala no território Yanomami, levando à morte aproximadamente 15% desta população.

Nos Anos 90 Esta Situação De Saúde Sofreu Um Agravamento, Colocando Em Risco A Sobrevivência Do Povo Yanomami. Nessa Década, Os Indicadores De Saúde Comparavam-Se Aos Piores Índices Mundiais, Com Altas Taxas De Mortalidade Geral E Infantil E Alta Morbidade Por Doenças Como A Malária, A Tuberculose, As Infecções Respiratórias Agudas E As Diarréias. Por Outro Lado, Era Extremamente Precária A Assistência À Saúde Oferecida À Maioria Desta População, Devido Às Normas Governamentais Para A Contratação De Recursos Humanos E Às Regras De Administração Dos Recursos Públicos.

Ano 2000:

A partir do ano 2000 o governo federal, através do Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), iniciou a implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas em todo o país, contando com a parceria de organizações não-governamentais, estados e municípios. Para o Distrito Sanitário Yanomami (DSY) foram estabelecidos convênios com organizações não-governamentais com experiências bem sucedidas no atendimento a algumas regiões da área yanomami e coube à FUNASA a assistência direta a cerca de 6 % desta população. Para este trabalho todo DSY contou com um orçamento global de aproximadamente R$ 12 milhões durante o ano de 2000.

Esta nova política permitiu a organização de um sistema de saúde capaz de prestar uma assistência de qualidade beneficiando pela primeira vez a totalidade da população yanomami, mesmo nas áreas mais remotas e de difícil acesso. Investimentos em infra-estrutura, como a abertura de novas pistas de pouso na floresta, construções de postos de saúde equipados com materiais médico-hospitalares necessários, a contratação e o treinamento de profissionais com a qualificação adequada e em quantidade suficiente, e a criação de um modelo operacional e logístico adaptado às difíceis condições da área yanomami, permitiram que importantes resultados fossem alcançados em apenas 10 meses de trabalho, tais como: redução de 50% na mortalidade, redução de mais de 60% na incidência de malária e o aumento expressivo da cobertura vacinal. Investimentos significativos na formação de agentes indígenas de saúde também tiveram início este ano, trazendo perspectivas promissoras para uma maior autonomia dos yanomami na solução de seus problemas de saúde.

Entretanto, ainda há muito o que fazer para afastar o risco de sobrevivência dos Yanomami. O insuficiente conhecimento de nossas terapêuticas, que faz com que os yanomami sejam ainda dependentes das equipes de saúde no tratamento completo das doenças introduzidas, a grande dispersão da população, a ainda precária infra-estrutura em algumas regiões e a constante invasão de seu território por garimpeiros e outras frentes de exploração econômica, que reintroduzem permanentemente diversas doenças, fazem com que os Yanomami estejam ainda numa situação de extrema vulnerabilidade.

Ano 2001

Recentemente foi divulgado pela FUNASA o orçamento previsto para o DSY em 2001, com um valor total de R$ 8 milhões. Em comparação com o ano 2000 haverá, portanto, uma redução de 33%. Com este valor, na avaliação das organizações responsáveis pela execução direta no campo, não será possível manter as atividades mínimas para o funcionamento do atual sistema de saúde, inviabilizando a renovação dos atuais convênios com a FUNASA para o próximo ano.

Infelizmente a FUNASA atualmente não dispõe de meios próprios, em particular recursos humanos, para reassumir a execução direta da assistência, ainda que em níveis novamente precários. Caso esta situação não seja resolvida, através da manutenção do orçamento no mesmo patamar do ano 2000, o atendimento será profundamente prejudicado a partir de janeiro/01, deixando mais uma vez sob grave risco a população yanomami do Brasil.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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