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Notícias CCPY Urgente
Data: 25 - Abril - 2001
Titulo: Ministro da justiça defende a integridade da TI Yanomami
Fonte:
CCPY - Comissão Pró-Yanomami, Boletim 12
Declarações feitas em resposta ao líder Davi Kopenawa, homenageado em São Paulo no Dia do Índio
O ministro da
Justiça, José Gregori, quebrou um incômodo silêncio e, no último dia 19 de
abril, Dia do Índio, defendeu publicamente a integridade dos limites atuais da
Terra Indígena Yanomami. “Enquanto o presidente for Fernando Henrique e o
ministro da Justiça for José Gregori, ninguém vai mexer na terra Yanomami”,
disse o ministro em visita à exposição fotográfica de Claudia Andujar, uma dos
fundadores da Comissão Pró-Yanomami (CCPY), que se realiza no Memorial da
América Latina, em São Paulo, até 6 de maio.
As
palavras do ministro foram uma resposta a uma das indagações feitas pelo líder
Yanomami Davi Kopenawa, homenageado na ocasião, a respeito de declarações do
ministro da Defesa, Geraldo Quintão, de que a demarcação da Terra Indígena
Yanomami “foi um erro” e que a decisão do Executivo federal poderia ser revista
futuramente. “Pode ser que amanhã algum presidente da República queira
consertar isso, mas por enquanto, está cedo ainda”, afirmou o ministro Quintão
ao jornal O Estado de S. Paulo, segundo reportagem publicada em 22 de março
último. Na mesma ocasião, autoridades militares e o governador de Roraima,
Neudo Campos, endossaram a posição do ministro Geraldo Quintão.
Embora
tenha elogiado o ministro da Defesa, José Gregori afirmou a Davi Kopenawa que a
demarcação da Terra Indígena Yanomami “é um processo definitivo”. “Não há risco
de alterar um centímetro no que a lei determina e o seu povo pode dormir
tranqüilo”, disse o ministro. O líder Yanomami indagou ainda sobre a
homologação da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol que
consolidaria o processo de demarcação. A homologação de Raposa-Serra do
Sol, localizada no nordeste de Roraima, enfrenta forte resistência do
poder político local, gerando permanente tensão entre índios e não-índios.
Diante da pergunta, o ministro da Justiça respondeu que a decisão não era de
sua competência, sendo ato de responsabilidade da Presidência da República,
Homenagem
ao amigo de luta
A
iniciativa de homenagear Davi Kopenawa na passagem do Dia do Índio partiu de
Claudia Andujar, que o conhece desde os anos 1970. “Considero Davi uma pessoa
muito íntegra, que lutou de uma maneira altruísta pela terra de seu povo”,
afirma a fotógrafa. Membro da maloca Demini, no Amazonas, Davi Kopenawa
lançou-se de corpo e alma na luta pela demarcação da Terra Indígena Yanomami no
início dos anos 80, quando, segundo Claudia, poucos de seu povo tinham
condições de avaliar o que isto significava.
Também
compareceu à solenidade o presidente da Funai, Glênio Álvares. A cerimônia
contou ainda com a apresentação do coral de 17 crianças Guarani que vivem em
Parelheiros, bairro da região sul de São Paulo.
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Coordenação Editorial:
Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)
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