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Notícias CCPY Urgente
Data: 17 - Agosto - 2001
Titulo: Garimpeiros são detidos na Missão Catrimani (RR)
Fonte:
CCPY - Comissão Pró-Yanomami, Boletim 19
Perdidos na floresta e famintos, garimpeiros recorrem à missão em busca de ajuda a acabam presos pela FUNAI e pela PF
jovens
Yanomami que participavam de um curso de formação de professores indígenas no
âmbito do Programa de Educação Intercultural (PEI), coordenado pela Comissão
Pró-Yanomami, tiveram uma experiência inusitada na manhã do último dia 19 de
julho. Por volta das 9h30, uma aula de Geografia foi interrompida pela notícia
de que cinco garimpeiros - quatro homens e uma mulher – haviam atracado uma
precária balsa, feita de toras e cipós, no porto da Missão Catrimani, no
sudeste da terra indígena, onde se realizava o curso. Sujos, famintos e
aparentemente doentes, os invasores decidiram recorrer à Missão em busca de
alimentos e ajuda dos missionários para retornar a Boa Vista, capital do
Estado.
Segundo
relato feito pelo coordenador do PEI, Marcos Wesley de Oliveira, a súbita
aparição dos garimpeiros desconcertou os jovens professores Yanomami presentes
no curso. Entre surpresos e irritados, os Yanomami exigiram explicações dos
invasores sobre sua presença na área. Interrogados em uma das casas da Missão,
os garimpeiros disseram que haviam sido enganados por um empresário de garimpo
que os abandonara em uma pista de pouso dentro da área, sem mantimentos e
equipamentos de trabalho, e que, por isso, não haviam extraído ouro da terra
indígena. Indignados, os Yanomami acusaram-nos de destruir suas florestas e
roubar seus recursos naturais; alguns jovens foram até o rio e destruíram a
balsa improvisada pelos invasores. Após o interrogatório, os Yanomami
consentiram que os invasores fossem alimentados e solicitaram a sua retirada
pela Funai.
Uma
equipe da Funai, acompanhada de dois policiais federais armados, chegou ao
Catrimani no começo da tarde. Presos em flagrante, os garimpeiros foram
revistados e levados para Boa Vista. Foram encontradas cerca de 250 gramas de
ouro com três dos invasores. De acordo com informações publicadas na imprensa
da capital, no interrogatório realizado pela Polícia Federal os garimpeiros
revelaram que estavam há vários dias caminhando perdidos na mata, com um dos
integrantes do grupo doente em conseqüência da picada de um inseto. De acordo
com uma reportagem publicada no jornal roraimense Brasil Norte no dia 21 de
julho, o líder do grupo, Cícero Barros Nogueira, contou que pessoas que
enviariam mantimentos para abastecer o garimpo não apareceram, deixando-os sem
assistência no meio da floresta. Segundo o delegado da Polícia Federal citado
pela reportagem, Flávio Leite Ribeiro, todos foram liberados e apenas Nogueira
responderá à processo por exploração mineral em terra indígena.
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Cordenação Editorial:
Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)
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