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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 5 - Setembro - 2002
Titulo: Urihi recupera saúde dos Yanomami
Fonte: CCPY – Comissão Pró-Yanomami, Boletim nº 30

A organização não-governamental Urihi-Saúde Yanomami, em três anos de trabalho, reduziu a zero a mortalidade por malária, implantou programas voltados às crianças e mulheres, além de reverter a tendência de crescimento do número de mortes por infecções respiratória.

Há três anos, a Urihi atua diretamente em nove regiões dentro da Terra Indígena Yanomami, atendendo a 5.437 índios, o que equivale a 45% da população total de 12.795 yanomami no Brasil.

Um ano antes do início das atividades da Urihi como principal parceira da FUNASA na Terra Yanomami, 61% dos habitantes dessas nove regiões, que naquele ano eram 4.723, estava infectado com malária.

Em 2000, a Urihi procedeu à busca ativa de malária, coletando lâminas de quase 5.500 pessoas. O registro preciso desses dados é parte da estratégia desenvolvida pela Urihi para manter um controle sanitário mais eficaz. Enquanto em 1999 o número de lâminas para identificação da doença somou 18.547, ou seja, 3,5 exames por indivíduo ao ano, em 2001 o número de lâminas examinadas foi, em média, de 12 por indivíduo ao ano – uma lâmina mensal por indivíduo – totalizando 66.164 exames.

Parte do sucesso da Urihi no registro e controle de malária deve-se ao treinamento e formação pela própria Urihi de microscopistas yanomami, o que tem permitido manter a constância da busca ativa de lâminas, uma vez que esses técnicos residem nas próprias comunidades-alvo. A Urihi conta hoje com 24 microscopistas yanomami e 16 não-indígenas (ver Boletim Yanomami Nº 22). Atualmente, a Urihi treina técnicos yanomami como guardas de endemias.

Nos últimos dez anos, a malária foi a principal causa do elevado índice de mortalidade entre o povo Yanomami. Esta constatação explica o enorme empenho das equipes da Urihi-Saúde Yanomami em combater a malária e garantir tratamento adequado aos índios portadores da doença, evitando, ao mesmo tempo, a propagação da doença e o número de óbitos.

Procedimento semelhante ocorreu em relação à população infantil. O coeficiente anual de mortalidade infantil que, em 1998, era de 161/mil caiu para 38,4%mil, no ano passado. Foi uma redução de 75% da taxa de mortalidade entre as crianças menores de um ano de idade em apenas dois anos. Para isso, a Urihi implementou o Programa de Saúde da Criança, com acompanhamento mensal do crescimento e desenvolvimento, suplemento alimentar para os desnutridos e imunização básica dos menores de cinco anos de idade. Desenvolveu também ações voltadas às mulheres, com acompanhamento do pré-natal, imunização daquelas em idade fértil e suplemento alimentar das gestantes desnutridas. Esse trabalho exigiu treinamento dos profissionais nas ações integradas de saúde dos Programas Saúde da Mulher e da Criança, além de assistência permanente e visitas regulares das equipes de saúde a todas as comunidades yanomami.

As infecções respiratórias têm sido responsáveis por grandes epidemias entre os Yanomami, comprometendo até mesmo as atividades de subsistência de comunidades inteiras. Depois da malária, elas passaram a ser o seu principal problema de saúde e causa do maior número de mortes. Entre 1998 e 1999, para cada 100 índios com infecção respiratória moderada ou grave – principalmente pneumonia – de 3 a 4 acabavam morrendo dessa doença.

Diagnóstico precoce e tratamento imediato, medidas preventivas de combate à desnutrição, treinamento e reciclagem dos profissionais de saúde e monitoramento das gripes nas crianças menores de cinco anos foram as estratégias adotadas pela Urihi. O resultado foi a redução em 91% do número de mortes provocadas por infecção respiratória moderada ou grave.

Embora as ações da Urihi tenham garantido um salto de qualidade na assistência à saúde da população yanomami, ainda há muito para ser feito no que se refere ao controle da tuberculose, que alcançou índices alarmantes no início da década de 90. Em 1991, o coeficiente da incidência de tuberculose era de 555 para cada mil indivíduos. Em 2001, esse coeficiente caiu para 257,5 para cada mil. Ou seja, a Urihi conseguiu reduzir a incidência de casos novos em 59%. Mesmo não conseguindo atingir a meta nacional, no ano passado não foi registrado qualquer óbito em decorrência da tuberculose. Isso significa que houve uma redução de 100% da letalidade provocada por essa doença.

Conforme o último Informativo da Urihi sobre os Resultados Alcançados no Biênio 2000-2001, melhores resultados, sobretudo no combate à tuberculose, deverão ser atingidos dentro do prazo estabelecido pelo programa de saúde voltado aos Yanomami, isto é, 2007. “Tratar da tuberculose como ação básica de saúde, oferecendo serviços e recursos para cuidar dos Yanomami em suas próprias comunidades é o caminho mais aceitável pelos Yanomami e com maior eficácia terapêutica”, garante a direção da Urihi.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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