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Indignados
com a demonstração explícita de racismo veiculada na seção
de classificados na edição do Jornal de Boa Vista de 5 de novembro
último, 22 professores yanomami dirigem-se à Procuradoria Geral
da República para que ato tão abominável seja punido com
o rigor que merece e para que sejam tomadas quaisquer outras providências
em prol dos direitos yanomami.
Transcrevemos
abaixo o anúncio do Jornal de Boa Vista e a carta dos professores yanomami.
Boa Vista, 06 de Novembro de 2002
Nós,
professores Yanomami, vimos o jornal de vocês. Os habitantes de Boa Vista
nos chamam de animais: por que eles querem maltratar nosso nome assim?
Por
causa disso, ficamos realmente furiosos. Assim, cada um de nós escreveu
o seu pensamento.
Vocês,
chefes dos brancos, devem estar do nosso lado. Vocês devem falar duro
para o pessoal do Jornal de Boa Vista, porque eles ficam nos ofendendo. Só
assim então nós ficaremos satisfeitos.
Estamos muito zangados e preocupados com as palavras ruins que nos insultaram.
É
isto que temos a dizer.
Somos professores Yanomami. Estes são os nossos nomes.
Morzaniel
Iramari Yanomami Demini; Xaporita Yanomami; Douglas; Anselmo Yanomami; Arakohwituu;
Talminapiá Yanomami; Junior Yanomami; Rafael Yanomami; Denilson Yanomami;
Expedito Yanomami; Edimilson Yanomami Aranapikitheri; Xial Yanomami; Márcio
Hesina Yanomami Haxiu; Migeki Yanomami Bacoma; Geraldo Yanomami Roko; Aragão
Yanomami Okomou; Ripiano Yanomami Xirimihikithëri; Antônio Hakomathëri
Yanomami; André Yanomami; Ribamar Yanomami; José Yanomami; Brafael
Yanomami; Iorato Yanomami