Selecione o Periodo:
De
   
Até
 

 



Clique e acesse o projeto Cartografia Yanomami
 
Clique e acesse !
 
Clique e acesse !

 

Pesquisa Geral
 

Brasília,     


.  

 

 

 


Untitled Document

Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 27 - Janeiro - 2003
Titulo: A Questão Indígena Local
Fonte: Folha de Boa Vista – Riobranco Brasil

Com a promulgação da Constituição Federal, em outubro do ano de l988, que transformou o então Território Federal de Roraima em Estado, completávamos 352 anos de história. Este curso está divido em vários períodos, que marcam, profundamente, os encontros e desencontros com a cultura indígena predominante por toda esta região à época das conquistas. Os conquistadores, quando aqui se fixaram, impuseram suas leis, normas, hábitos, costumes, cresças; dividiram este vasto território em três lindos países hoje denominados: República Federativa do Brasil, República Bolivariana da Venezuela e a República da Guyana em cujas savanas ou campos gerais eles encontraram a belíssima cultura Pemón, a terceira extraordinária civilização que aqui aportou em época não definida pelos historiadores. Embora ágrafa, a tradição oral foi passada de pai para filhos, chegando, até nós, suas belas histórias, canções, danças, hábitos, costumes, crenças, rituais, pajelanças,... e, o que de mais belo, o mito Makuna'imã com suas narrativas dos tempos heróicos e fabulosos ligadas a cosmogonia e /ou deuses encarnadores das forças da natureza e cujo mito, Mário de Andrade, tentou ridicularizar dizendo ser um herói sem nenhum caracter, e também, sufocaram-no as religiões importadas.

Ao que sabemos, o homem que mais contribuiu para a demarcação das terras contínuas dos Ianomamis foi o ex-Senador da República, pelo Estado de São Paulo, Severo Gomes. As poucas vezes que por aqui esteve não saiu do hotel Boa Vista, hoje Aipana. O outro, que fincou a sua experiência de desagregador, saiu de Lourenço Marques Moçambique, África, onde exerceu grande influência nas lides daquele país. Seu nome, D. Aldo Mongiano, Bispo Prelado de Roraima, que sob o manto de cordeiro do Senhor, aqui semeou a divisão do nosso Estado, a exemplo de seu compatriota em 1904. São eles, os Jorges e tantos outros, os estimuladores das lides implantadas por Mongiano e, como este, não merecem, se quer, o maior privilégio do homem, que é o de reprodução, para colocar os seus filhos à frente das lutas, em dias próximos, na defesa dos interesses nacionais. Seus filhos não estarão aqui, por certo, para colherem, no amanhã, o que hoje os seus pais estão semeando. Um deles, de origem italiana, discípulo amado do orientador, anda impune, solto por aí. É o Bin Laden da Amazônia a desafiar as autoridades daqui e dos outros dois países fronteiriços ensinando aos índios o ódio, a guerrilha e a ousada segregação entre brasileiros. Sobre as atuações das ONGs estrangeiras, nem falar. Intrusas, as suas imisções demonstram o quanto somos vulneráveis, pois, miscíveis aos seus interesses, fazem prevalecer as suas pretensões de ter o índio, como se este fosse o índio no estado em que se encontrava no descobrimento do Brasil, ou aquele descrito pelo Sir Walter Releigh em meado do século XVI quando esteve próximo ao monte Roraima. Ou, ainda, como encontrou algumas etnias, no início do século XX o Dr. Koch Grünberg, em cuja obra, Vom Roroima zum Orinoco, retrata com primor a vida selvática das várias etnias por ele contactadas. Aqui existem várias ONGs, dentre elas uma denominada Médicos sem Fronteiras. Sem fronteiras mesmo!!! E toda essa gente está a serviço dos outros, menos do índio, do nosso Estado, da nossa gente ou da sociedade roraimense. Igrejas evangélicas existem no Surucucus desde quando o município do Rio Branco foi transformado em Território. Todos alienígenas, que vão se somando aos poucos regionais (pouquíssimos mesmo) em um processo de convencimento mentiroso, enganador, colocando em risco a própria vida do índio, bem como, a soberania nacional. Os poucos referidos regionais atuam por troca de um melhor salário e de uma afirmação profissional, cá e acolá, no Brasil todo, principalmente na Amazônia onde os interesses internacionais são conhecidos desde o século XVI.

(Continua próxima 2ª feira. A Questão Indígena II).

Untitled Document
Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


  Para informações adicionais favor enviar

  e-mail para o escritório central da
  Comissão Pró-Yanomami no seguinte
  endereço:
   
  proyanomamibv@proyanomami.org.br
   

Comissão Pró-Yanomami © 2007
A comissão incentiva a veiculação dos textos desde citadas as fontes.