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Brasília,     


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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 3 - Março - 2003
Titulo: Garimpeiros invadem terra dos Ianomâmi
Fonte: Correio Brasiliense (Cristina Ávila)

Governo federal e Ministério Público discutem ações para evitar que a corrida do ouro em Roraima afete ainda mais a vida dos índios na região, como aconteceu em 1993. A maior preocupação é o aumento d

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Pelo menos mil garimpeiros estão na área indígena ianomami, em Roraima, na fronteira com a Venezuela. Dois a três aviões bimotores pousam no território todas as semanas, levando homens em busca de ouro. Para facilitar a entrada nas regiões de mineração, eles aliciam índios com presentes, comidas e armas. Nos últimos quatro meses, seis índios foram mortos e quatro ficaram feridos com disparo de tiros.

As denúncias foram feitas pela assembléia anual ianomami que reuniu 217 líderes de 41 aldeias. Eles encaminharam documento ao Ministério Público Federal, em Brasília, pedindo providências para a retirada dos invasores e cobrando ação militar. Perto das aldeias há dois pelotões de fronteira do Exército e instalações do Serviço de Vigilância da Amazônia (Sivam). Os índios afirmam que há garimpeiros brasileiros e outros que entram no país vindos da Venezuela.

‘‘O número de garimpeiros está aumentando nas regiões do Paapiú, Ericó, Parafuri, Yawarata, Alto Catrimani e Waikás. Não queremos que as epidemias voltem a matar nosso povo. Fazendeiros também estão em nossa floresta, na região de Ajarani. Nós estamos muito revoltados porque esses fazendeiros estão dando bebida alcoólica para os ianomami’’, destaca o documento assinado pelas lideranças.

As epidemias a que se referem os índios ocorreram em 1993, por causa de garimpos. As mortes ocorreram, em grande parte, por doenças infecciosas, mas a principal causa foi a malária.

Segundo o médico sanitarista Marcos Pellegrini, que trabalhou vários anos na região, o índice de malária chegou a ser sete vezes maior do que no resto da população de Roraima, o coeficiente de mortalidade geral foi proporcionalmente maior do que o do Rio de Janeiro e a mortalidade infantil é duas vezes e meia superior à registrada em Fortaleza no mesmo período. Ele comparou dados nacionais com as informações do Distrito Sanitário Yanomami.

No mesmo ano de 1993, a notícia do massacre de 16 índios na aldeia Haximu teve repercussão nos principais jornais do mundo. Garimpeiros invadiram a comunidade, matando velhos, homens, mulheres e até bebês a tiros e golpes de facões.

Há quatro meses, as mortes voltaram a assustar o povo indígena. O coordenador do Programa de Educação da Comissão Pró-Yanomami (CCPY), Marcos Wesley de Oliveira, não sabe o motivo do conflito que levou seis índios morrerem e outros quatro ficarem feridos por disparo de tiros nos últimos quatro meses, mas chama a atenção para o fato.

Doenças

‘‘As armas chegam nas aldeias por meio de garimpeiros. Eles são uma ameaça para a vida dos índios. E, não apenas por causa das armas, mas também por causa da disseminação de doenças’’, afirma Marcos de Oliveira. A CCPY tem programas de saúde na região desde o início da década de 80.

Relatórios da equipe de uma outra ONG, a Uhiri, que também trabalha com saúde, revelam que existem muitos casos de doenças sexualmente transmissíveis por causa do envolvimento de mulheres índias com garimpeiros.

A circulação de homens no território indígena é freqüente. Os índios da maloca Paapiú, contam que, na aldeia, os aviões começaram a ser vistos em agosto do ano passado. O primeiro pousou no dia 1º, às 7h. Os índios registraram os pousos nos dias seguintes. Contaram uma aeronave por dia até 19 de agosto. As viagens escassearam depois, mas continuam até hoje. ‘‘Mandem com rapidez a polícia para expulsar os garimpeiros. Nós vimos a destruição que eles fazem na floresta’’, aponta o documento das lideranças da maloca que foi encaminhado ao Ministério Público.

Na última sexta-feira, em Brasília, o governo federal realizou a primeira reunião para estudar a situação, na sexta câmara do Ministério Público Federal, que trata de assuntos indígenas e minorias socioculturais. No encontro estavam procuradores e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Polícia Federal.

Depois do feriado de carnaval, será realizada mais uma reunião para decidir os detalhes de uma operação de retirada de garimpeiros e fazendeiros das terras ianomami. A operação será acompanhada pelo Ministério Público e pela CCPY.

Denúncias constantes

Os ianomami são cerca de dez mil indivíduos que vivem em Roraima. A violência contra esses índios foi denunciada várias vezes no país e fora do Brasil. Em 1991, quando o ex-presidente Fernando Collor esteve na Noruega, enfrentou manifestação em frente ao parlamento, com pedidos de respeito aos índios.

Em maio de 1992, assinou a demarcação de 9,4 milhões de hectares de terras para os índios. Em 1996, organizações não-governamentais enviaram cartas ao presidente Fernando Henrique Cardoso pedindo que garimpeiros fossem retirados da área indígena. Nesse mesmo ano, FHC realizou operações militares de retirada dos invasores. Os garimpos nunca chegaram acabar totalmente nas terras ianomami.

 

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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