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Fogo
atinge reservas indígenas em Roraima
Claudemir Carvalho/Diário da Amazônia
Foco de incêndio em Roraima;
fogo atingiu reservas indígenas
Duas reservas
indígenas -Ianomâmi e São Marcos- e uma unidade de conservação -Caracaraí- foram
atingidas pelos incêndios florestais que devastam o Estado de Roraima há 40
dias.Segundo os órgãos ambientais, é o cenário mais grave desde 1998, quando
cerca de 3.000 km2 foram queimados. De acordo com os técnicos do Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Defesa
Civil, o fogo tem chegado a regiões de mata contínua e de serra, áreas em que
o combate é praticamente impossível.
Quatro
municípios -Mucajaí, Alto Alegre, Cantá e Iracema- estão em estado de calamidade
pública devido à alta concentração de fumaça no ar e devido ao descontrole dos
focos."O estado aqui é crítico, caótico. Temos muitos problemas de saúde
por causa da fumaça", afirmou o prefeito de Mucajaí, Aparecido Vieira Lopes
(sem partido). A Defesa Civil mantém 11 bases de combate ao fogo espalhadas
pelo Estado. Uma força-tarefa com homens de Brasília e de Manaus está sendo
montada para ajudar nos trabalhos. Atualmente, 640 pessoas, incluindo homens
do Exército e da Polícia Militar, estão envolvidas no enfrentamento do fogo.
Cinco helicópteros também participam das operações, além de caminhões.
As queimadas
sem uso de técnicas adequadas promovidas por pequenos agricultores e as condições
climáticas de pouca umidade, segundo o Ibama, são as principais responsáveis
pelo fogo. O governo estadual empregou, desde janeiro, R$ 1,2 milhão para manter
a logística de combate aos incêndios. Não há estimativas recentes de quanto
já foi destruído. Havia duas semanas, o Ibama falava em 100 km2, o que equivale
a cinco vezes o tamanho do arquipélago de Fernando de Noronha.
Ajuda federal
O governo
federal vai oferecer ajuda financeira aos agricultores para que eles não coloquem
fogo nas roças e estimulem novas queimadas. A medida foi anunciada pela ministra
Marina Silva (Meio Ambiente), em Brasília, após reunião com outros ministros.A
ministra não deu detalhes da ajuda -chamada de "seguro-safra"-, que
deverá ser concedida para os agricultores que se comprometerem a não atear fogo
antes das chuvas, previstas para os próximos 15 dias. O valor do seguro está
em estudo. Segundo a ministra, mil homens especializados no combate ao fogo
estão de prontidão em Brasília para ajudar a combater o incêndio no Norte do
país. Outros 400 já estão atuando no local.