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A reserva indígena ianomâmi, a maior do país, foi alcançada pelo fogo
que há dias destrói florestas em Roraima. Apesar de estar longe da aldeia dos
ianomâmis, o fogo já destruiu pelo menos três quilômetros da reserva, que tem
nove milhões de hectares. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou
medidas envolvendo mais cinco ministérios para combater o incêndio.
Fogo
foi causado por queimadas em assentamentos e tem 120 quilômetros de extensão.
No estado, há 325 focos
Os incêndios
que atingem florestas em Roraima alcançaram a reserva indígena ianomâmi, a maior
do país, que tem uma área total de nove milhões de hectares. O fogo já atingiu
três quilômetros da reserva, mas ainda está bem longe da aldeia onde vivem os
índios, distante 500 quilômetros do foco. A ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, anunciou ontem uma série de medidas envolvendo outros cinco ministérios
para combater o fogo no estado.
O governo
decidiu criar um seguro-verde para os pequenos agricultores assentados que não
puserem fogo em suas roças para preparar a terra para novo plantio. É uma medida
compensatória para quem não queimar a terra. O valor dessa compensação será
em torno de R$ 500 por ano.
No estado,
há 325 focos de incêndio e a extensão do fogo é de 120 quilômetros. O agravamento
da situação em Roraima levou o governador Flamarion Portela (PSL) a pedir ao
governo federal que assuma as ações no combate ao incêndio. Foi decretado estado
de calamidade pública nas cidades de Cantá, Iracema, Alto Alegre, Mucajaí e
Caracaraí.
No estado,
20 mil famílias assentadas. O incêndio foi causado por queimadas feitas em assentamentos.
Há 20 mil famílias assentadas no estado.— Vamos rever esse modelo de assentamento
no estado. É possível substituir os plantios atuais de arroz e feijão por alternativas
de cultivo de produtos regionais como cupuaçu, acerola e bacuri, que não precisam
queimar a roça para plantar — disse a ministra. Exército vai emprestar helicópteros
O Exército vai ajudar no combate ao fogo emprestando helicópteros para o transporte
das brigadas contra incêndio e barracas para instalação de acampamentos próximos
às áreas do incêndio. Na reunião de ontem, participaram os ministros da Integração
Nacional, Ciro Gomes; do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto; da Agricultura,
Roberto Rodrigues; e representante do Ministério da Defesa.
A ministra
Marina Silva culpou o governo Fernando Henrique Cardoso pela situação em Roraima.
— Herdamos o passivo de um modelo equivocado de reforma agrária. Não vamos resolver
esse problema com pirotecnia, falsas medidas de impacto — disse a ministra.
As críticas de Marina Silva foram feitas na presença da secretária da Amazônia
Legal, Mary Alegretti, que ocupava o mesmo cargo durante o governo passado.
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Marcos Barros,
disse que o governo cancelou 2.235 autorizações para queima de mata em Roraima,
concedidas no ano passado. O estado de Roraima é considerado a área de maior
risco para queimadas no Brasil. Isso se deve também à influência do fenômeno
climático El Niño.