Untitled Document
O
incêndio que devastou o Território de Roraima em 1998 parece não ter servido
de alerta para o governo federal, que novamente veio a público ontem anunciar
medidas para apagar o fogo. Desta vez, as chamas estão consumindo a reserva
dos Ianomâmi, um país de 9 milhões
de hectares. O fogo já consumiu três quilômetros da reserva. E o que é pior:
o vento está indo na direção do grande território indígena.
A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, diz que tem só 70 dias de governo. Ela manteve
no cargo a secretária da Amazônia, Mary Alegrete, que está na função desde o
ano passado, quando medidas preventivas poderiam ter sido tomadas para evitar
novo incêndio. Além disso, admitiu a secretária, o governo federal já sabia
que o fenômeno El Ñino surgiria
novamente este ano, aumentando as possibilidades de incêndio.
Embora
Marina tenha dito que não se acaba com incêndios por meio de portarias, para
tentar controlar o problema, o governo atual recorreu da proibição de 2.235
autorizações para queimadas em Roraima, em janeiro.
Mary Alegrete
diz que as autorizações para novas queimadas foram dadas por uma comissão, formada
pelos representantes dos agricultores e do governo. Segundo ela, mesmo após
a suspensão das autorizações para novas queimadas, os agricultores continuaram
ateando fogo.
Para evitar
a propagação do fogo, uma das soluções discutidas ontem é pagar um seguro para
os agricultores que ainda não atearam fogo à mata. No mesmo modelo do seguro
que o governo vem pagando a agricultores atingidos pelas secas.
Marina
anunciou ainda que o governo estuda um projeto de desenvolvimento para os pequenos
agricultores de Roraima, que prevê o incentivo à substituição de culturas. A
idéia é investir em plantios mais perenes, como árvores frutíferas típicas da
região. Com isso, o governo poderia evitar grande parte dos incêndios no Estado.