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A situação
dos incêndios em Roraima complica a cada dia e mesmo com a chegada de ajuda
de outros estados, os incêndios continuam incontroláveis em vários estados.
Somente ontem, foram detectadas pelas imagens do satélite NOAA, 334 novos focos
de calor no Estado.
Nas imagens
do satélite MODIS foram detectados 98 focos de calor e nas imagens do satélite
GOES foram detectados 15 focos de calor no estado. De acordo com verificação,
os focos de calor detectados pelos satélites ocorreram em áreas florestais,
desflorestadas, terras indígenas, assentamentos e unidades de conservação.
Em reunião
do Comitê de Prevenção e Combate a Incêndios, foi declarado Alerta Vermelho
nos municípios de Iracema e Mucajaí, em função da ocorrência de incêndios florestais
nos projetos de assentamento Apiaú (Mucajaí), Campos Novos (Mucajaí e Iracema),
e a colônia Roxinho
(Iracema).
O Município
de Amajari entra em estado de Alerta Amarelo, pois foram detectados focos de
calor que persistiram por mais de 36 horas em uma mesma área florestal naquela
região.
Os assentamentos
do Incra estão sendo mais atingidos pelos incêndios. Em vários deles foram detectados
casos de queimadas que ficaram incontroláveis. Os mais atingidos são os assentamentos
de Integração, Japão, Maçaranduba, Paredão, Samaúma, União, Vila Nova e Anauá.
Estão
chegando a Roraima mais 03 helicópteros para dar apoio ao combate. A previsão
é que cheguem no próximo dia 16 de março. O Núcleo de Operações Aéreas (NOA)
já informou que montará, em conjunto com o Prevfogo, uma base de apoio aéreo
mais próxima das linhas de fogo.
No dia
15, chegam para a região 40 brigadistas Prevfogo especializados em combate em
montanha para apoiar a Defesa Civil no combate em áreas de serra. No que se
refere à utilização de aviões de combate a incêndios, ainda não foi identificado
local em condições de oferecer a logística necessária.
O comando
do Corpo de Bombeiros está fazendo um relatório demonstrativo da situação que
deve ser divulgado hoje a imprensa.
Veja o
quadro demonstrativo dos focos de calor por município nos últimos 10 dias, conforme
divulgação feita pelo Ibama.
MUNICÍPIOS
Focos de Calor por Município
04/03
05/03 06/03 07/03 08/03
09/03 10/03 11/03 12/03
13/03
- Alto
Alegre 22 46 3 25 68
- Amajari
5 15 2 8 9 9 35
- Boa
Vista 2 5 3 9 1
- Bonfim
3 14 9 17
- Cantá
12 26 5 16 10 2 2
- Caracaraí
17 28 3 16 26 1 8
- Caroebe
1 2 3 5
- Iracema
9 27 1 4 33
- Mucajaí
113 161 7 18 9 101 137
- Normandia
1 8 1 2
- Pacaraima
7 15 6 2 18
- Rorainópolis
5 13 16 6 2 1 14
- São
João da Baliza 2 3 9
- São
Luiz 5 14 7 3 4
- Uiramutã
1 1
- Totais
203 377 21 0 86 102 14 0 142 334
- (Flash
de Boa Vista, 15.03.03)
Secretaria diz que governo não quer trazer soluções e sim levar
Mary Alegretti
chegou a Roraima na madrugada de sábado, junto com o presidente do Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), Marcus Barros,
e o secretário nacional da Defesa Civil, Wilson Pereira da Silva.
Ela veio
com a recomendação da ministra Marina Silva de promover reuniões com a equipe
do Governo do Estado, representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e
representes dos produtores rurais para que fosse feita uma radiografia completa
da situação das queimadas que avançam por todo interior do Estado.
Mary Alegretti
disse que estão sendo alocados mais recursos para combater o fogo do que o retorno
que o agricultor tem com esse modelo de agricultura. "Nós estamos num caminho
que não vai levar a nenhum lugar, ou seja, nem favorável ao agricultor, ao meio
ambiente ou ao desenvolvimento do Estado", observou.
Para a
representante do governo federal na Amazônia, se essa mudança de paradigma não
acontecer, todos vão continuar correndo atrás de consertar um erro que pode
ser previsto, desde que os esforços sejam feitos de forma conjunta. "Nesse
sentido o governo federal está realmente empenhado não em vir trazer respostas,
mas em vir buscar soluções em conjunto com o Estado", declarou.
Sobre
o trabalho de combate ao fogo, Mary Alegretti disse ser necessário atuar em
duas frentes: intensificar o controle do fogo na linha de frente, mas ao mesmo
tempo encontrar um meio para que os agricultores que não queimaram suas roças
não o façam. Ela destaca que existe a perspectiva apresentada pela ministra
Marina Silva ao presidente Lula, de se analisar compensações aos agricultores
que não realizarem queimadas em seus lotes.