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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 16 - Maio - 2003
Titulo: Novo espírito na floresta
Fonte: Gazeta Mercantil - Márcio Rodrigo

O contato com as artes primitivas influenciaram de maneira decisiva artistas na Paris do início do século XX. Picasso, por exemplo, seduzido pelo geometrismo de esculturas em madeira e desenhos africanos, pintou em 1907 "Les Demoiselles d'Avignon", considerada a tela que originou o movimento cubista.

Quase um século depois a "Fondation Cartier pour l'art contemporain" retomou o interesse europeu por culturas que tiveram pouco contato com a civilização branca e inaugurou nesta semana, em sua sede na capital francesa, a exposição "Yanomami, o espírito da floresta", concebida pelo antropólogo Bruce Albert, que trabalha com o povo yanomami desde 1975, e também pelo diretor da Fondation Cartier, Hervé Chandès. Diferentemente, porém, do que ocorre na maioria das exposições que tratam do tema indígena, a mostra promovida pela Cartier não apresenta peças que usam como material plumas, barro ou madeira e nem está voltada diretamente para os objetos de uso cotidiano das tribos. Chandès e Albert propuseram um diálogo com os xamãs da aldeia Watoriki e com seu porta-voz, Davi Kopenawa.

O contato de longos anos de Albert com o povo permitiu que os artistas Adriana Varejão, Raymond Depardon, Stephen Vitiello, Gary Hill e Wolfgang Staehle fossem acolhidos, um de cada vez, pela tribo e usassem como suporte para suas obras a pintura, o gravador, o vídeo e o meio digital, transformando o evento em uma espécie de "mostra high tech" dos yanomamis.

O resultado de tanta tecnologia é um grande mosaico, que dá uma visão inédita da cultura desse povo, ampliando os horizontes do entendimento de seus hábitos seculares. "A exposição mostra os xamãs em seu trabalho a partir de seu sistema metafísico (de compreender a realidade), e não de seus enfeites", explica Chandès.

Segundo ele, inicialmente a intenção era realizar uma mostra do trabalho de Claudia Andujar - também presente na exposição -, que realizou fotografias pioneiras dos yanomamis nos anos 70 e 80. Claudia morou em uma tribo yanomami durante 14 meses e foi a primeira branca a convencer os índios a deixá-la fotografá-los. Os yanomamis, como outros povos indígenas, temem que a máquina fotográfica roube suas sombras, parte vital em uma pessoa, na concepção de mundo da tribo.

"Na seqüência tivemos a idéia de ampliar a exposição, desenvolvendo uma reflexão mais vasta em torno da religião yanomami, por meio de seus xamãs", comenta o diretor. O xamanismo é um dos pilares centrais da cultura daquele povo. Algumas aldeias possuem mais de dez xamãs, como é o caso de Watoriki. O principal trabalho dos líderes religiosos é curar membros de sua comunidade e protegê-los dos poderes predatórios vindos tanto dos humanos, em especial os brancos, quanto dos espíritos maus das florestas. Para manter a ordem metafísica, evocam pelo canto e pela dança espíritos bons, realizando trabalhos sobrenaturais. Os xamãs têm o poder de fazer "descer" os seres de origem mitológica pela utupë (dança das imagens). Como os brancos, os índios buscam em sons e imagens uma maneira de transcender sua realidade cotidiana. "A finalidade da exposição é revelar as afinidades entre os xamãs da floresta amazônica e os artistas das sociedades ocidentais", diz o diretor.

O diálogo entre o mundo mítico dos xamãs com a arte tecnológica permite a interpretação da realidade e a intervenção no mundo, buscada simultaneamente por feiticeiros primitivos e artistas pós-modernos.

Segundo Chandès, a Cartier tem intenção de trazer a exposição ao Brasil, assim que possível. Para 2005, mais uma vez a elegante relojoaria francesa prepara uma exposição individual da artista brasileira Adriana Varejão. A mostra segue em cartaz até o próximo dia 12 de outubro. Para um tour virtual basta acessar o site www.fondation.cartier.fr.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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