Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Data: 12 - Junho - 2003
Titulo: Lideranças apresentam documento
Fonte: Folha de Boa Vista

Entre as várias manifestações durante a visita de Márcio Thomaz Bastos a Maloca de Maturuca - quartel general dos índios ligados ao CIR - diversas lideranças entregaram documentos com pedidos e protestos para que o ministro da Justiça entregue ao presidente da República.

No documento feito pelo CIR, os indígenas demonstraram que a homologação em área contínua é amparada pela Constituição, onde estão reconhecidos às etnias, os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Diz ainda que a demarcação é um ato consumado, obedecendo princípios definidos em lei. Outro tópico abordado no documento refere-se às sedes dos municípios de Uiramutã e Pacaraima, instaladas em meio às comunidades indígenas.

O segundo documento mostrou que o povo indígena espera do Governo Federal a homologação em área contínua. Nesse, mais de cinco mil índios assinaram o abaixo-assinado.

Os alunos da Escola Indígena de Formação Agropecuária Surumu, prepararam um documento resgatando o passado desses povos, com o sofrimento ocorrido ao longo dos anos. Pediram mais fiscalização e imparcialidade por parte da Polícia Federal (PF).

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) se disse preocupada com o impasse na homologação. Um dos representantes da entidade, disse que isso contribui para agravar o quadro de violência e discriminação. O documento foi assinado pelas lideranças dos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins.

CONTRÁRIO - Em meio às especulações em torno da homologação em área contínua, o vice-prefeito de Uiramutã, José Novaes, que é índio daquela região, se posicionou contrário à demarcação em área contínua. "Sendo assim, as comunidades indígenas não vão se desenvolver. Esperamos que o governo Lula tome um posicionamento que não prejudique nenhum dos dois lados da história", acrescentou.

Já a prefeita Florany Mota (sem partido) se mostrou neutra quanto ao assunto. "Prefiro não polemizar. Espero uma decisão que respeite as duas partes interessadas", afirmou.