Selecione o Periodo:
De
   
Até
 

 



Clique e acesse o projeto Cartografia Yanomami
 
Clique e acesse !
 
Clique e acesse !

 

Pesquisa Geral
 

Brasília,     


.  

 

 

 


Untitled Document

Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 11 - Junho - 2003
Titulo: Visita do Ministro Márcio Thomas Bastos à Roraima
Fonte: Folha de Boa Vista - Parabólicas

O ministro Márcio Thomaz Bastos é um grande e respeitado jurista, com uma história de luta em defesa da democracia. Foi essa postura política progressista e sua proximidade pessoal com Lula da Silva(PT), que o levou ao Ministério da Justiça, indicado na quota pessoal do presidente, aquela que está acima dos partidos políticos. Thomaz Bastos vem de São Paulo, estado que pelo seu peso econômico e social específico, dominou a formação do governo de FHC e faz o mesmo com o de Lula da Silva.

São Paulo é, sem lugar à dúvida, a locomotiva econômica do país e de lá, vem boa parte da matriz sócio-cultural que baliza a vida no resto dos estados brasileiros, sobretudo os mais pobres do Norte, a região mais fragilizada do Brasil.Apesar da forte influência social e cultural que São Paulo exerce sobre os estados pobres como Roraima, as peculiaridades e as necessidades vivenciadas pelas populações que neles vivem, as fazem nitidamente diferentes. Isso quase nunca é levado em consideração, afinal, quem vive em São Paulo, costuma ver o Brasil sob a perspectiva de lá.

Essa circunstância, que ninguém honestamente pode negar, desnuda o quanto é vulnerável ao erro, colocar nas mãos de uma única pessoa, o destino de toda uma população que ocupa este pedaço de Brasil, já há mais de três séculos. No caso específico da vinda do ministro Márcio Thomaz Bastos para decidir a questão da demarcação da Raposa/Serra do Sol, o maior risco de erro está na perspectiva muito concreta, de que o problema seja decidido na base da emoção, o que é lastimável. A emoção é quase sempre, inimiga da razão, e quando as partes sabem disso, o perigo é iminente.

Hoje o ministro Thomaz Bastos vai sentir fortes emoções. Na comunidade Maturuca, berço do trabalho político da igreja junto aos índios, ele assistirá sessões de danças, de manifestações religiosas, provará da culinária indígena e ouvirá histórias -umas verdadeiras, outras exageradas e algumas mentirosas-, de sofrimento de um povo que se sente injustiçado desde que o primeiro "civilizado" colocou o pé naquela região. Os que conhecem a visão de mundo de quem vive em ambientes de urbanização extrema, com todos as seqüelas que isso significa, pode imaginar a emoção de assistir a singeleza da vida indígena, em contraponto com as confusões que a vida urbana impõe.

Não cabe aqui, qualquer crítica ao desejo das ongs e das lideranças indígenas ligadas a igreja católica, de utilizarem os meios que dispõem, para tentar emocionar o ministro e sua comitiva. Afinal, eles sabem que se prevalecer a razão, a decisão sobre a demarcação da Raposa/Serra do Sol, será feita sem traumas para a sobrevivência dos índios, preservando o interesse legítimo dos demais brasileiros, que estão igualmente amparados pelo princípio constitucional que assegura a todos o direito de ir e vir, à vida e ao trabalho digno para sustentar suas famílias.

NA FRENTE

A rádio Equatorial (FM 93,3) saiu na frente ontem, ao promover um eclético debate sobre a questão da demarcação da Raposa/Serra do Sol. Durante duas horas desfilaram nos microfones da emissora, prefeitos, parlamentares, técnicos, empresários, advogados e até um representante da Funai. De todas as intervenções restou a convicção de que a esmagadora maioria das lideranças locais, deseja uma solução de consenso.

VISITA

Nascida no Cotingo, bisneta de índia macuxi, com profunda identidade com a população indígena que habita a Raposa/Serra do Sol, a prefeita do Uiramutã, Florany Mota estranhou a programação da viagem do ministro à região: "Embora mais extensa que a Raposa, a região da Serra do Sol não receberá a honrosa visita do ministro. As comunidades que ali vivem reclamam dessa discriminação. Não dá para entender que a maioria seja esquecida, em beneficio de uma minoria, apenas porque está última é politicamente mais organizada", disse a prefeita.

DIVIDIDA

A classe política roraimense está nitidamente dividida quanto aos resultados da viagem do ministro Thomaz Bastos ao estado. Parte dos políticos está otimista achando que o ministro vem com o espírito desarmado e sem pré-concepção. Outro tanto, teme que a viagem seja apenas uma forma de legitimar uma decisão já tomada, para evitar uma possível reação da bancada de parlamentares contra as reformas da Previdência e da Tributária.

REAÇÃO

Nenhum repórter indagou dos parlamentares federais de Roraima, qual será a reação deles, se o governo federal decidir ignorar os argumentos lógicos e demarcar a Raposa/Serra do Sol, como querem as ongs e as lideranças indígenas ligadas a igreja católica. Como se sabe, todos os onze parlamentares federais roraimenses, estão contados como integrantes da base de apoio do governo Lula. TERGIVERSOU

As ongs têm na igreja católica um forte aliado na luta pela demarcação de áreas indígenas. Ontem, foi indisfarçável o mal-estar de um antropólogo paulista, quando a apresentadora de uma televisão local perguntou-lhe se a presença de religiosos no meio das comunidades indígenas não era uma violência às suas culturas. Ele tergiversou, afirmando que os índios têm o direito escolher a religião.

Untitled Document
Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


  Para informações adicionais favor enviar

  e-mail para o escritório central da
  Comissão Pró-Yanomami no seguinte
  endereço:
   
  proyanomamibv@proyanomami.org.br
   

Comissão Pró-Yanomami © 2007
A comissão incentiva a veiculação dos textos desde citadas as fontes.