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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 25 - Julho - 2003
Titulo: Ações da Urihi melhoram saúde e reduzem taxa de mortalidade entre os Yanomami
Fonte: CCPY – Comissão Pró-Yanomami, Boletim nº 39

A organização não-governamental Urihi-Saúde Yanomami conseguiu, no ano passado, reduzir em 98% a incidência de malária na população Yanomami por ela assistida. Em 2000, essa doença chegou a atingir o índice de 47%, em 2002, a percentagem caiu para 1,2% e nos primeiros quatro meses deste ano, foram notificados apenas 11 casos de malária. De 2000 para cá, quando a Urihi iniciou seu trabalho junto aos Yanomami, não se registrou uma única morte por malária entre os Yanomami por ela assistidos.

“Esses resultados são únicos na história da saúde pública brasileira. Até então, não houve qualquer precedente de redução da incidência de malária em populações dispersas na Amazônia”, revela o relatório da organização.

A população total Yanomami é estimada em 22 mil pessoas, das quais cerca de 13,5 mil vivem no Brasil, distribuídas em 350 comunidades no oeste do estado de Roraima e norte do Amazonas. Até maio último, a Urihi prestou assistência direta a 6.011 Yanomami distribuídos em 142 comunidades de nove diferentes regiões, o que corresponde a 45% da população residente no país. Atendendo a um convite do governo brasileiro, neste mês de junho, o seu atendimento foi ampliado para 16 regiões, abrangendo uma população de 7.110 índios (52,6% da população total).

Durante estes três anos, a ONG teve como estratégia de combate à malária a busca ativa, ou seja, a investigação de casos novos, por meio do exame de pesquisa dos plasmódios no sangue de toda a população ou, a qualquer momento, quando surge um paciente com sintomas da doença. Nas comunidades onde a incidência é alta, as investigações passaram a ser feitas semanalmente. Desde o início de seu trabalho, a Urihi já efetuou 263.377 exames de sangue para detectar malária. As lâminas são colhidas e lidas diretamente nas aldeias pelos profissionais de saúde ou pelos microscopistas Yanomami formados pela Urihi.

Assim, os casos positivos são tratados imediatamente pelas equipes de saúde que permanecem nas comunidades administrando a medicação até o final do tratamento.

Entre 1991 e 1999, o diagnóstico dos pacientes com tuberculose ocorria tardiamente. Em 1999 foram notificados 35 novos casos da doença nas áreas atualmente atendidas pela Urihi que, desde a sua chegada à terra indígena, implantou um novo sistema de investigação e tratamento. São examinadas todas pessoas com suspeita da doença e também os comunicantes, por meio de teste tuberculínico (PPD), exame de escarro e radiografia do tórax para todos os indivíduos com reação forte ao PPD. Desde 2001, todos os casos diagnosticados são tratados na aldeia do paciente, evitando a sua transferência para Boa Vista. Antes os pacientes ficavam, no mínimo, seis meses fora de suas comunidades, acarretando sérios transtornos sociais. Todas essas mudanças permitiram que, nos últimos três anos, a incidência da tuberculose entre os Yanomami tivesse uma redução de 69% em relação a 1999.

A Urihi implantou também um programa de saúde da criança com o objetivo de enfrentar a alta mortalidade infantil. “O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças com menos de cinco anos de idade tem revelado um estado de desnutrição bastante acentuado. Nesta faixa etária, 65,7% das crianças apresentam algum grau de desnutrição e 6,3% apresentam desnutrição grave (peso inferior a 60% do normal para a idade”, revela o relatório da Urihi.

As causas variam conforme a região, devido às diferenças históricas, sociais e ambientais. O alto índice de mortalidade registrado no final dos anos 80 e durante a década de 90 afetou não somente a população infantil, mas também os idosos. Dentre os fatores que concorreram para essa trágica situação destacam-se os efeitos das atividades de garimpo que provocaram a degradação ambiental, a redução da oferta de recursos naturais e a mudança da dinâmica social produtiva nas áreas por elas atingidas. Soma-se a isso a tendência de sedentarização de algumas comunidades em áreas próximas aos pólos-base, devido ao aumento da morbi-mortalidade e falta de assistência à saúde nas aldeias no passado. Sem a prática dos movimentos espaciais típicos do padrão de assentamento tradicional, a concentração prolongada em um mesmo local provocou o esgotamento das áreas de plantio e dos recursos alimentares oferecidos pela floresta.

Mantendo o padrão de seriedade que tem caracterizado o seu trabalho, a Urihi, no intuito de entender mais profundamente as causas da desnutrição infantil, decidiu empreender uma pesquisa específica para identificar os fatores de ordem médica, social e ambiental responsáveis pelo problema. Essa pesquisa será realizada ainda este ano por especialistas em antropologia, saúde, nutrição e meio ambiente e deverá trazer os subsídios necessários para a efetiva erradicação da desnutrição infantil nas áreas por ela afetadas.

Nos últimos três anos, a Urihi conseguiu diminuir em 62% o coeficiente anual de mortalidade infantil. Comparando esse coeficiente com os da década passada, verificamos que, de 156 a cada mil habitantes por ano, a média atual caiu para 59/mil por ano, sendo que, no primeiro quadrimestre de 2003, essa diminuição foi ainda maior, atingindo o índice de 36,7. Hoje, o coeficiente de mortalidade geral, que antes apresentava uma média de 22/mil foi reduzido para 8/mil, o que significa uma queda de 64%. Atualmente, a principal causa de morte são as infecções respiratórias agudas que atingem, principalmente, a população infantil.

Foi implantado programa de combate à oncocercose, doença também conhecida como “cegueira dos rios”. O tratamento baseia-se na administração semestral do medicamento ivermectina para toda a população nas áreas endêmicas por um período de 12 anos. Apesar das complexas condições operacionais do Distrito Sanitário Yanomami, o nível de cobertura nos ciclos de tratamento da doença tem sido um dos mais altos do mundo, recebendo reconhecimento internacional.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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