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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 29 - Agosto - 2003
Titulo: Venda de Yanomami: Autônomo é acusado de racismo
Fonte: Folha de Boa Vista – Marilena Freitas

Um anúncio no jornal colocando à venda "filhotes de Yanomami" resultou em denúncia por crime de racismo. O procurador da República em Roraima, Carlos Fernando Mazzoco, denunciou à Justiça Paulo César Cavalcanti Lima, morador do bairro Paraviana, pela prática de racismo contra o povo Yanomami.

A denúncia foi feita com base no parágrafo 2º do artigo 20 da Lei 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça. Esse é a primeira vez na história do Estado, região onde permeia um forte grande preconceito racial, que uma pessoa é denunciada à Justiça por racismo.

O autônomo Paulo César Cavalcanti Lima publicou um anúncio no segundo caderno do jornal Folha de Boa Vista, na seção animais dos Classificados, colocando à venda "filhotes de Yanomami, com um ano e seis meses" no valor de R$ 1 mil. O fato ocorreu em novembro do ano passado.

Paulo Lima colocou no anúncio como contato o telefone de um amigo, Josimar Pereira Nunes, 48 anos, funcionário público, o qual afirmou ter sido pego de surpresa. "Foi uma brincadeira de muito mau gosto. Ele não pensou que iria se prejudicar", disse Nunes, ao afirmar que continua amigo de Paulo Lima.

No inquérito, instaurado pela Polícia Federal, o acusado afirmou que o anúncio era apenas uma "pegadinha" que teria feito com um amigo. O que classificou de "pegadinha" ou uma "brincadeira de mau gosto", poderá resultar numa pena de reclusão de dois a cinco anos, além de pagamento de multa.

O anúncio recheado de preconceito causou profunda indignação nos professores Yanomami, que na época estavam na cidade fazendo um curso de formação para o Magistério Indígena. De imediato, o grupo composto por 22 professores divulgou uma carta afirmando estarem revoltados com o tratamento indigno dispensado aos índios na cidade. No documento, cobraram o apoio da Procuradoria-Geral da República para que o povo Yanomami seja tratado com respeito e que os culpados sejam processados. Pediram ainda providências em relação ao jornal que permitiu a publicação do anúncio racista.

Procurado pela Folha, a mulher de Paulo Lima, Andréa Fernandes Lima, disse por telefone que o marido estava viajando. Ela justificou a atitude do marido alegando que ele só tem o ensino fundamental e não sabia que se tratava de um ato preconceituoso.

"Ele foi muito ingênuo. Ele assumiu o que fez, mas disse que a intenção não foi ser preconceituoso", complementou Andréa, que é professora e disse já ter estudado a matéria na universidade. Como educadora, ela reconhece que o ato praticado pelo marido poderá servir de lição não apenas para ele, mas para outras pessoas que cometem diariamente atitudes preconceituosas.

CIR - O vice-coordenador do CIR (Conselho Indígena de Roraima), Noberto Cruz, disse que esse é apenas o primeiro passo e que, apesar de acusado já ter sido denunciado, os índios vão fazer pressão para que seja dada continuidade ao processo.

"Vamos dar continuidade porque é uma grande discriminação praticada contra as pessoas, usando um povo para uma discriminação racial violenta", complementou.

Para Noberto Cruz, esse caso servirá de exemplo para que outras pessoas possam respeitar não somente o povo Yanomami, mas também as demais etnias para que sejam tratadas como seres humanos. "Nunca mais queremos ouvir ou ver coisas dessa forma", enfatizou. JORNAL - O advogado do jornal Folha de Boa Vista, Stélio Dener, disse que neste caso o periódico não tem nenhuma responsabilidade porque o serviço de anúncio oferecido à sociedade é gratuito. Além disso, são recebidos, por dia, em média de mil novos anúncios. "Isso torna humanamente impossível um trabalho de revisão dos textos", justificou. Ressaltou ainda que logo após constatar a irregularidade do anúncio, a direção do jornal decidiu retirá-lo e apurar quem eram os envolvidos."Só fato da direção do jornal ter informado às autoridades a irregularidade praticada pelo anunciante, já demonstra que não houve dolo por sua parte", complementou o advogado.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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