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A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) iniciou ontem, no
auditório da instituição, reunião de avaliação
do Programa Brasileiro de Eliminação da Oncocercose, nas áreas
indígenas yanomami e região leste do Estado. Participaram da avaliação
do programa o diretor da Organização dos Estados Pan-Americano
(Oepa), Mauricio Sauebrey, o consultor da Organização Pan-americana
de Saúde (Opas), Steven Ault, coordenador do Programa Brasileiro de Oncocercose,
João Batista Vieira, e o coordenador regional da Funasa, Ipojucan Carneiro.
Foto:
Nelson Borges
Profissionais de saúde
e instituições
de pesquisa participam da avaliação
Segundo Ipojucan Carneiro, durante dois dias técnicos, profissionais
da saúde e instituições de pesquisa irão se reunir
para avaliar a atuação da Funasa nas metas estipuladas pela Opas
no programa de combate e controle da oncocercose nas regiões indígenas
Yanomami em Roraima.
"Quando teve início em 1995 estávamos trabalhando com um
percentual de 85% no controle da doença, mas a partir de 1999 a proporção
aumentou chegando a 95%. Esse percentual está dentro dos padrões
da Opas na cobertura do tratamento no combate e controle da doença, porém
a doença é apenas eliminada no período de tratamento de
10 anos", disse.
Para o coordenador da Funasa, a avaliação anual permitirá
o avanço no tratamento. "A cada ano as metas estão sendo
reformuladas para combater ou exterminar a doença. Ainda temos quatro
anos para exterminar por completo a doença".
João Batista Vieira, do Programa Brasileiro de Oncocercose, disse que
as reuniões anuais da avaliação permitem manter o padrão
do controle da doença. "Constatamos que a partir de 2000 e 2001
os resultados foram positivos com os métodos hoje utilizados. Devemos
agora manter esse padrão, a medida preconizada mundialmente e o tratamento
em massa dos indígenas que estão sob risco".
O diretor da Organização dos Estados Pan-Americano (Oepa), Mauricio
Sauebrey, disse que o Brasil está envolvido no trabalho de controle da
oncocercose na América. Segundo ele, a Oepa também desenvolve
o controle no México, Cuba , Guatemala, Colômbia, Equador e Venezuela.
"Podemos constatar que existe um controle eficaz no combate da oncocercose
nas áreas de Roraima afetadas pela doença. Estamos aqui também
para avaliar as evoluções positivas do programa. Porque o programa
brasileiro está muito bem conduzido e tendo resultados maravilhosos,
especialmente nos três últimos anos. O trabalho em Roraima está
sendo muito bom, e cada vez mais estão sendo incrementados novos métodos",
comentou.
DOENÇA - A oncocercose é uma doença parasitária
- com agentes da filiaria onchocerca volvulus. Uma das manifestações
do avanço da doença envolve a perca da visão do paciente.
O parasita é transmitido por uma mosca denominada Simulium guianense.
A doença também proporciona aos doentes nódulos pelo o
corpo e vermes, causando várias lesões pelo o corpo do paciente.
A doença está presente em algumas regiões da África
tropical, América Latina e península arábica. Estima-se
que 17,7 milhões de pessoas estejam infectadas pelo parasita. Desta estimativa
cerca de 270 mil pessoas estão cegas e 500 mil apresentam deficiência
visual grave.
No Brasil, a doença está restrita apenas na região indígena
Yanomami, que compreende os estados de Roraima e Amazonas. Na área indígena
estão sendo tratados 6.794 índios Yanomami e 100 servidores e
funcionários que foram infectados durante o período que ficaram
na região.