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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 5 - Outubro - 2003
Titulo: Olhar sociológico e habilidade técnica
Fonte: Folha de São Paulo - Revista

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Recém-chegada em São Paulo, sem falar português, em 1956, Claudia Andujar encontrou na fotografia a linguagem que poderia ajudá-la a decifrar e a se aproximar de uma cultura e uma forma de organização social até então desconhecidas. "Meu interesse sempre foi e continua sendo saber porque as pessoas fazem o que fazem. O que gera o comportamento tem raiz na cultura, mas tem fatores psicológicos também", diz.

Retratar algumas famílias brasileiras pareceu-lhe a forma mais eficaz de conseguir penetrar nesse universo. Com uma abordagem que se assemelhava a uma prospecção antropológica, Claudia iniciou seu trabalho com o intuito de realizar um perfil sociológico do Brasil. As primeiras imagens desse projeto foram feitas numa aldeia de índios bororos em Mato Grosso em 1960, onde ela passou cerca de um mês.

Depois seguiram-se uma colônia de pescadores em Picinguaba, na divisa entre Rio e São Paulo e as famílias de Diamantina (MG) e Guarulhos (SP) e numa fazenda na Bahia.
Em todas as ocasiões, Claudia tentava ficar o máximo de tempo possível. "Quanto maior o tempo de convivência, mais conseguimos nos tornar invisíveis, o que é fundamental para obter imagens mais próximas da realidade das pessoas. Infelizmente esse prática não existe mais entre os fotógrafos. Hoje em dia, fora ensaios publicados em livros, o que vemos em revistas e jornais são apenas relâmpagos. Sobra pressa e falta humanidade." Essas imagens obtidas por Claudia há 40 anos denotam uma habilidade técnica, um domínio da composição e da luz natural que revelam, ainda em estado bruto, uma fotodocumentarista notável que se revelaria de forma contundente mais tarde, no seu trabalho com os índios ianomâmis. Sua sensibilidade para captar as expressões do humano é um marco na fotografia feita no Brasil.

Ao realizar uma reportagem sobre a Amazônia para a revista "Realidade", no início dos anos 70, Claudia teve o primeiro contato com a comunidade dos índios ianomâmis. Percebeu que seu trabalho precisava de uma maior profundidade. Abandonou o trabalho nas redações, conseguiu uma bolsa da Fundação John Simon Guggenheim e fez da questão da demarcação das terras dos ianomâmis e da melhoria da vida deles a sua bandeira.

Chegou a passar 14 meses consecutivos dentro de uma comunidade ianomâmi. Fotografou os índios e seu entorno sistematicamente entre 71 e 76, até ser expulsa pela Funai. "Era a época da ditadura. Disseram que eu como estrangeira deveria ter interesses ocultos para estar entre os índios." Fora da taba, a fotógrafa ajudou a fundar a ONG Pro Yanomami (www.proyanomami.org.br) e tornou-se uma das vozes atuantes que levariam a demarcação das terras ianomâmis em 1992. Para tanto, foi novamente perseguida e ameaçada de morte, desta vez por garimpeiros impedidos de explorar ouro nas terras em via de serem demarcadas.

No total foram 30 anos dedicados às questões indígenas. "Muitos amigos diziam que eu não deveria deixar de fotografar quando passei a agir politicamente. Hoje percebo que quando adquiri essa postura era apenas uma outra forma de continuar enxergando as coisas, uma outra forma de fotografar. Foi a coisa mais importante que fiz na minha vida", completa. (Eder Chiodetto)

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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