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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 20 - Dezembro - 2001
Titulo: Saúde Yanomami no Brasil: As preocupações de Davi Kopenawa
Fonte: CCPY - Comissão Pró-Yanomami, Boletim 23

Corte no orçamento do Distrito Sanitário Especial Yanomami pode provocar o recrudescimento de epidemias entre a população indígena. O líder Yanomami fala da sua preocupação e denuncia a permanência de

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) já anunciou um corte de 20% no orçamento da ONG Urihi-Saúde Yanomami, a maior prestadora de serviços de saúde na Terra Indígena Yanomami (www.urihi.org.br). Há temor de que este corte poderá chegar a 30% ou mais, o que comprometerá irreparavelmente o atendimento aos Yanomami, trazendo de volta a situação calamitosa dos anos 80 e 90. Preocupado, o líder dos Yanomami, Davi Kopenawa, em Brasília, pediu ajuda ao Ministério Público e cobrou dos dirigentes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) a suspensão dos cortes de verbas para o Distrito Sanitário Especial Yanomami. Antes de retornar a Roraima, Davi concedeu ao Boletim Yanomami a seguinte entrevista:

Boletim - Davi, você esteve na Procuradoria Geral da República para tratar de problemas referentes ao orçamento da Funasa para o Distrito Sanitário Especial Yanomami. De quais problemas você tratou?

Davi - O Ministério da Saúde está pensando de forma muito triste para todos nós, Yanomami. Estou preocupado porque o presidente da Funasa está diminuindo o dinheiro e, com isso, diminuindo o trabalho da Urihi, que trabalha com nove áreas Yanomami. A Urihi deixou um bom trabalho tanto para os Yanomami quanto para a Funasa. Se o Ministério da Saúde reduzir o dinheiro, as doenças vão aumentar e eu não quero que isso ocorra novamente.

Boletim - Como era antes da Urihi trabalhar na área Yanomami?

Davi - Antes da Urihi, a Funasa trabalha em toda a área. Naquela época, não foi realizado um bom trabalho. Era tudo muito atrapalhado. A Funasa contratou muitas pessoas, mas elas não trabalhavam. Por isso, morriam muitos Yanomami, principalmente lá no Auaris, uma região onde é difícil o pessoal da saúde chegar. Isso ocorreu nos anos 90.

Boletim - Você teme que com a redução do orçamento a situação anterior vá se repetir?

Davi - Se o orçamento diminui é menos dinheiro para comprar remédios que protegem o sangue dos Yanomami. Estou preocupado, mesmo porque os garimpeiros ainda estão lá e as doenças não acabaram. Com menos dinheiro, os Yanomami vão continuar adoecendo. A malária vai se espalhar como acontecia antes. Agora está bom porque o pessoal da Urihi está lá trabalhando. O pessoal trabalhou bem e doenças como a malária diminuíram. Mas, outras doenças como gripe, coqueluche e leishmaniose estão aparecendo lá na fronteira com a Venezuela. Estou muito preocupado porque as doenças vão aumentar em Homoxi, Parafuri, Demini, Toototobi. Queria que o presidente da Funasa e as outras autoridades entendessem que o dinheiro é necessário para continuar o trabalho na área.

Boletim - Se o trabalho está indo bem e a saúde está com um bom resultado, por que você acha que estão reduzindo o orçamento do Distrito Sanitário Especial Yanomami e da Urihi também?

Davi - Acho que aqui, em Brasília, tem gente que não quer continuar dando dinheiro para o trabalho com os Yanomami. Acho que tem gente dentro da Funasa que fica brigando e criticando o trabalho da Urihi e da própria Funasa. Creio que são pessoas que têm ciúmes do dinheiro, porque a Urihi está fazendo um bom trabalho e gastando com coisas certas. Esse pessoal da Urihi trabalhou bem e de forma organizada, tanto que as doenças diminuíram. Agora o Ministério da Saúde não está ajudando mais. Isso está deixando os Yanomami e a Urihi muito tristes, porque sabemos que tudo vai acontecer novamente. A doença vai aumentar, porque os garimpeiros estão na reserva Yanomami, no Paapiú ...

Boletim - Os garimpeiros estão em apenas uma área ou em várias?

Davi - Os garimpeiros continuam entrando. Não é só em Paapiú, mas em todas as pistas onde eles garimpavam antes, onde deixaram garimpo. Está aumentando o número de garimpeiros no Paapiú, no rio Mucajaí, na Pedra Redonda, no Homoxi e também perto de Surucucu. Então, nós estamos preocupados e já falamos com as autoridades para tomarem providências urgentes. Eles também vão levar outras doenças diferentes, como a Aids, porque os garimpeiros não têm respeito por nós. Eles vão usar as índias. Vão causar problemas sérios de novo... Nós estamos preocupados com essas doenças porque a própria Funasa e a Urihi têm falado sobre isso com a gente quando fazem reunião com o Conselho Indígena Yanomami.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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