Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Data: 6 - Novembro - 2003
Titulo: Encontro debate saúde indígena
Fonte: Folha de Boa Vista

Representantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Organizações Não-Governamentais, Conselho Indígena de Roraima (CIR), Universidade Federal de Roraima (UFRR), Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e Ministério Público Federal (MPF) se reuniram durante o dia de ontem para debater diversos assuntos ligados à saúde dos índios yanomami. Ao todo 25 representantes participaram.

O objetivo da II Reunião Técnica é discutir e definir as propostas para a construção do Plano Distrital de Saúde, envolvendo temas como: diarréia aguda, parasitoses intestinais, políticas de saneamento básico, controle social entre outros.

Segundo a chefe do Distrito Sanitário Yanomami, Fátima Maria do Nascimento, nesse plano de saúde os técnicos discutiram também sobre malária, oncocercose, tungíase (bicho de pé), além da formação de agentes indígenas de saúde, saúde bucal e hepatite.

Essa foi a primeira etapa para a elaboração do Plano de Saúde, que deverá ficar pronto até o final deste mês. "Depois da elaboração do documento, iremos agendar uma reunião com o Conselho Distrital para a aprovação", disse Fátima, ao complementar que será destinada uma verba ainda não definida para a implantação e acompanhamento do projeto, a ser feito por técnicos da Funasa.

DADOS
Esse encontro faz parte de uma série de estudos de dados sobre a população yanomami. Conforme os dados mais recentes da Funasa, foram constatados 11 novos casos de tuberculose entre os índios do Amazonas e Roraima.

Fato mais preocupante destacado nesses encontros é o número exagerado de suicídios nessa etnia. Ao todo, foram registrados seis atos, sem ter, até hoje, uma justificativa para a prática que não faz parte da cultura deles. Isso ocorreu entre 1996 e 2002.

Outro item que chamou a atenção das entidades responsáveis pela saúde dos indígenas foi o aumento do alcoolismo nas aldeias. "Os encontros são para evitar esses casos", enfatizou Fátima. (L.F.)