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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 18 - Dezembro - 2003
Titulo: Yanomami criticam redução da terra dos Kayapó
Fonte: CCPY – Comissão Pró-Yanomami, Boletim nº 45

Os Yanomami divulgaram documento condenando a redução da Terra Indígena Baú, dos índios Kayapó, situada ao sul do Pará. A área, com 1,85 milhão de hectares, foi diminuída em 317 mil hectares (17,2%) por meio de portaria assinada pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

No documento, os Yanomami da Aldeia Demini indagam os motivos da decisão do ministro em relação à terra Kayapó, demarcada desde 1991. “Por que diminuíram a demarcação da área Kayapó?”, questionam os Yanomami. Para eles, a decisão atende aos interesses daqueles que “degradam a floresta, as mineradoras e os madeireiros”. Para os Yanomami, esses grupos querem entrar nas terras dos Kayapó para explorar desenfreadamente seus recursos, retirar os minérios, cortar as árvores e trocá-las por dinheiro.

Para os Yanomami, a decisão do governo abre um perigoso precedente. O mesmo poderá ocorrer com a Terra Indígena Yanomami. Eles acreditam que o governo poderá ceder às reivindicações daqueles habitantes de Roraima que estão interessados em reduzir o tamanho de suas terras e, assim, abrir espaço para a ocupação pelas mineradoras.

O temor dos índios aumenta à medida em que políticos de Roraima começam a defender abertamente a revisão das áreas demarcadas, como é o caso vice-governador Salomão Cruz. Apesar de ser apontado como suspeito de envolvimento na operação Gafanhoto, responsável pelo desvio de R$ 320 milhões da folha de pagamento dos servidores do estado, o vice-governador preocupa-se em emitir declarações nos jornais locais que incitam os agricultores a recorrer ao Judiciário para questionar a demarcação de terras indígenas em Roraima.

Cruz afirma que, a partir da revogação do Decreto 22, que orientava a demarcação das terras indígenas, em Roraima, “algumas áreas demarcadas e homologadas com base neste decreto estão passíveis de revisão judicial, especialmente a de São Marcos e a Yanomami.”

A seguir a íntegra do documento dos Yanomami:

“Os Kayapó estão muito tristes, pois os napë pë diminuiram o tamanho da sua floresta. Por isso nós, Yanomami, escrevemos essas palavras.

No início a demarcação da floresta Kayapó era grande, em 1991 a área era larga mas, atualmente, os napë pë diminuíram muito o território.

Por que eles diminuíram a demarcação na área Kayapó? É dessa forma que agem aqueles que degradam a floresta, as mineradoras e os madeireiros. Eles querem entrar nas terras Kayapó, querem explorar desenfreadamente seus recursos. O que eles tencionavam fazer ao invadirem a área dos índios Kayapó? Não fiquem pensando sobre isso. Eles querem retirar minérios, por isso entraram. Por que os madeireiros querem entrar lá? Eles querem cortar as árvores, mas não as cortam à toa. Não pensem que eles cortam as árvores simplesmente sem motivos, eles querem trocá-las por dinheiro.

Há ainda outras palavras. Como nós Yanomami devemos pensar sobre essa questão? Os napë pë diminuíram as terras onde moram os Kayapó, por isso os habitantes de Roraima pensarão da mesma forma: “ Sim, nós aqui de Roraima, também queremos diminuir as terras dos índios Yanomami”. Depois que os roraimenses discursarem assim, as mineradoras pretenderão entrar em nossas terras. Por isso nós, Yanomami, devemos permanecer fortes.

As mineradoras também querem entrar aqui, em nossa floresta Yanomami, depois que também a diminuírem. Desta forma também pensam os roraimenses. Por isso, nós, Yanomami, permanecemos firmes. “As mineradoras não virão”, não pensem desta forma, elas certamente virão, por isso estamos avisando vocês.” (Palavras dos Watoriki thëri pë, Demini, dezembro de 2003.)

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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