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Yanomami na Imprensa
Data: 13 - Fevereiro - 2004
Titulo: Índios alertam para iminência de graves conflitos
Fonte:
Brasil Norte
A guerra entre os índios Macuxi, na região da Raposa/Serra do Sol, ao Norte de Roraima, pode explodir a qualquer momento. Apesar de pertencerem à mesma etnia, índios da maloca Maturuca e Contão rufam tambores para o possível confronto armado.
O presidente da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima (Sodiur), Silvestre Leocádio, fez um alerta ontem: “atearam fogo em três casas nossas e nada foi feito. Agora, se eles voltarem (índios da Maturuca) teremos que nos defender”, avisou.
O impasse ocorreu na semana passada, quando ONG’s internacionais e Diocese de Roraima promoveram naquela região uma assembléia de Tuxauas favoráveis à demarcação da reserva indígena em área contínua.
O mais grave, ainda segundo Silvestre, foi o fato dos coordenadores da assembléia levarem índios de outras etnias (inclusive Yanomami) e inúmeros estrangeiros à região. “O CIR fez isso para insuflar ainda mais as comunidades que vivem na Raposa”, ressaltou.
O presidente contou detalhes de como tudo ocorreu. De acordo com ele, depois de tocarem fogo nas casas, após a assembléia, membros do CIR e índios do Maturuca ligaram para a Polícia Federal contando que os índios do Contão estavam tumultuando e impedindo o trânsito na cabeceira da ponta – na BR-410.
“Armaram tudo para que fôssemos culpados por um possível conflito. Depois que eles queimaram, acionaram a Polícia, dizendo que a gente estava querendo confusão. Agora, como ninguém tomou providência, os índios do Contão não deixarão mais atearem fogo em suas casas”, alertou.
Providência
Silvestre disse ainda que o clima está cada vez mais tenso. Segundo ele, as autoridades competentes já foram avisadas do iminente conflito, mas até o momento, nenhuma providência foi tomada. A qualquer momento, aproximadamente mil índios da maloca do Contão podem responder com agressividade às provocações dos 400 índios da Maturuca.
Tristeza
“Já avisamos a todos e, caso aconteça derramamento de sangue, vamos colocar a culpa, inclusive, no presidente Lula. O que mais nos entristece é que os índios da mesma família (etnia Macuxi) tornaram-se inimigos ferrenhos”, lamentou. O presidente também lamentou o fato da Polícia Federal não ter ido à região quando solicitada – no dia da assembléia. “Se a PF nos atendesse, com certeza, os índios não teriam ateado fogo nas casas e hoje não estaríamos em “pé de guerra”, frisou.
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Coordenação Editorial:
Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)
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