Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Data: 11 - Fevereiro - 2004
Titulo: Controle de Conflito é de responsabilidade das instâncias governamentais, diz Studart
Fonte: Brasil Norte

O comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Paulo Studart, disse ontem que a posição do Exército em relação à demarcação da Raposa/Serra do Sol é em consonância com que o afirmou o ministro da Defesa, José Viegas, desde o início do conflito, afirmando que o controle na área deve ser de responsabilidade das instâncias governamentais.

“No momento isso não é questão do Exército, cabe às várias instâncias federais e governamentais, sejam em nível federal ou estadual, tomarem para si a responsabilidade de acompanhamento, controle e solução desses problemas”, afirmou. “Cabe a nós cumprir e fazer cumprir a nossa missão constitucional e, se necessário, designados pelo presidente da República ou pelo Ministério da Defesa, quando da garantia da lei e da ordem”.

O general foi contundente quando afirmou que a presença do Exército é balizada pela missão constitucional que preza sua presença na faixa de todo o território nacional e em especial na faixa de fronteiras.

Sobre a possibilidade da reserva vir a ser homologada em área contínua, o comandante Studart disse que em nada mudará as ações do Exército na região.

“Pelo que está previsto na Constituição, a presença do Exército nessas áreas não será prejudicada”, argumentou.

O comandando disse não acreditar na possibilidade de, em caso de homologação em área contínua, haver manobras ou pressão para a retirada de pelotões de áreas de fronteiras como a que ocorreu na construção do Pelotão de Uiramutã.

“Não acredito que isso venha a ocorrer, até porque nossa presença já é mais que tradicional em alguns lugares e até mais que centenária nas áreas de fronteiras, principalmente nas áreas indígenas”, afirmou. “No Estado de Roraima temos quatro pelotões em áreas indígenas convivendo harmonicamente e prestando um serviço inestimável à sociedade, seja de índios ou não índios”.

Como exemplo, o comandante lembrou das ações dos pelotões de Surucucus e Auaris, na área Yanomami, “onde é desenvolvido um trabalho de extrema harmonia com os índios e com as ONGs [Organização Não-Governamentais] que atuam naquela área”, comentou.

Para ele, o Exército Brasileiro tem justamente o respeito da sociedade nacional calcado no comportamento e atitudes éticas e morais adotadas por seus quadros de profissionais, composto por oficiais e praças, que buscam sempre exercer suas atribuições com correção e humanidade, entre elas a de formar reservistas que, além de serem soldados são cidadãos que merecem nosso respeito.

“Os defensores da pátria são formados na demonstração de espírito de camaradagem, de respeito mútuo entre seus componentes, de dedicação plena em qualquer tempo e qualquer lugar”, disse. “Como os que estão na imensidão dessa Amazônia, preparados para sobreviver em ambiente hostil, e para isso recebendo adequadamente a instrução que se faz necessária para o cumprimento da missão constitucional que nos foi dada”, frisou.