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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 25 - Fevereiro - 2004
Titulo: Fora Funai ?!
Fonte: Folha de Boa Vista - Jessé de Souza

A morte do servidor da Funai (Fundação Nacional do Índio), provavelmente praticada por garimpeiros, deve ser creditada na conta da política indigenista desorientada adotada pelo governo Lula. Historicamente defensor da causa indígena, o PT agora não sabe para onde vai nem o que fazer diante dos problemas. Lula foi o único candidato presidencial a se comprometer com os índios. Inclusive, o único a estar com os povos indígenas de Roraima. Por tanto, tem o compromisso de adotar uma política indigenista competente e ágil com a finalidade de frear os conflitos que surgem em regiões onde os povos indígenas lutam por seus direitos.

A incompetência para demarcar rápido as áreas indígenas e dotar o país de um serviço ágil para fiscalizar as invasões às reservas é a principal responsável pelos conflitos que ocorrem em vários estados, além do assassinato do servidor em Roraima, por exemplo.

O Governo Federal tem deixado a proteção das reservas nas mãos dos próprios índios, sem outra alternativa a não ser adotar suas próprias defesas, fazendo com o que os índios peguem em armas para intimidar ou enfrentar invasores (a revista Veja do início do mês publicou matéria sobre o assunto).

A reserva yanomami é mais um caso complicado. A Funai e a Polícia Federal estão sem estrutura tanto em Roraima quanto no Amazonas para monitorar e retirar invasores. A área é livre para garimpeiros e outros invasores agirem fazendo suas próprias leis.

Enredado no caso Waldormiro, o governo petista neste momento está mais preocupado em abafar o caso de corrupção que o atola a resolver problemas urgentes no sentido de poder evitar a morte de mais gente em conflitos de Norte a Sul.

Não é só o governo Lula, a sociedade roraimense também tem sua parcela de culpa no ódio instalado nas pessoas contra a Funai. Fizeram deste órgão uma besta-fera, a ponto de muitos o execrarem, como se estivessem expulsando demônios.

E quem paga o preço caro (muitas vezes com a vida) são os servidores, que nada mais são do que empregados a cumprirem determinação da Funai, que é uma entidade governamental, responsável por executar a política indigenista do Governo Federal.

Mas os inimigos dos índios e os políticos de um modo geral preferem satanizar a Funai, como se ela fosse uma entidade demoníaca e entreguista, agindo isoladamente e por conta própria.

Até no Carnaval, enquanto o servidor era executado na reserva yanomami, no sambódromo da avenida Ene Garcez uma escola cultuava esse ódio trazendo em suas alegorias a frase “Fora Funai”.

O correto seria dizer “Dentro Funai”, no sentido de cobrar do governo Lula um órgão mais ágil, com recursos e com uma política indigenista definida a fim de resolver definitivamente as invasões e as demarcações.

Gritar simplesmente “Fora Funai” é o mesmo que desejar o fim de um órgão, ainda que cambaleante, que consegue dar o mínimo de proteção aos povos indígenas. Sem a Funai, o Brasil se tornará oficialmente um país devorador de índios.

Enquanto os anti-indigenistas continuarem apregoando o rancor a um órgão federal, sem cobrar do governo Lula uma postura enérgica, mais servidores podem morrer no exercício da profissão. Ou mais índios e fazendeiros podem se matar nos conflitos que surgem a cada dia no país.

*Jornalista

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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