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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 29 - Março - 2004
Titulo: Assassinato de funcionário da Funai expõe inoperância do Estado
Fonte: CCPY – Comissão Pró-Yanomami, Boletim nº 47

No dia 23 de janeiro de 2004, o funcionário da Fundação Nacional do Índio, Valdez Marinho Lima, índio Xerente, 39 anos de idade, foi assassinado por garimpeiros que continuam agindo ilegalmente no rio Couto de Magalhães, região do Paapiú, Terra Indígena Yanomami. Ele não foi a primeira e, possivelmente, não será a última vítima da incompetência dos gestores da atual política indigenista e da inoperância estatal em lidar com invasores naquela terra indígena.

A maneira como o Estado brasileiro tem combatido os garimpeiros, o chamado Plano Operacional de Retirada de Garimpeiros do Interior da Terra Indígena Yanomami, tem se mostrado insuficiente para resolver o problema. Falta-lhe um serviço de inteligência que permita rastrear o movimento de garimpeiros e identificar os indivíduos e as estruturas que promovem e mantêm as atividades de garimpo dentro da área indígena.

Valdez Lima foi vítima da distorção gerada pela competição por poder criada pelo garimpo que, à semelhança do crime organizado, põe os garimpeiros em pé de igualdade com os policiais federais em termos de armamento e logística. Desde o governo Collor o governo brasileiro vem tentando evacuar a Terra Yanomami utilizando, entre outras estratégias, a mesma técnica de explosão de pistas clandestinas, sem sucesso duradouro. Uma semana antes do Natal de 2003, algumas pistas foram dinamitadas, mas, já no início de janeiro, todas estavam novamente em uso. As autoridades sabem que em questão de horas os garimpeiros recuperam as pistas danificadas e voltam a operar suas aeronaves, numa demonstração de desafio frontal ao poder do Estado que, até agora, não encontrou um modo de pôr um fim a essa criminalidade de uma vez por todas.

Políticos locais argumentam que a demarcação das terras indígenas em áreas contíguas às de países vizinhos deixam as fronteiras nacionais vulneráveis a invasões. Nada poderia ser mais falso. Não fosse pelos índios e pelos servidores de campo da Funai, a vigilância da fronteira estaria seriamente comprometida e maiores seriam as invasões. O papel dos índios brasileiros como verdadeiros guardiões das fronteiras é explicitamente reconhecido pelo próprio exército brasileiro que mantém dois pelotões de fronteira na Terra Yanomami. “A grande realidade é que somente aqueles que conviveram ou que convivem com os indígenas, seja dentro de uma reserva indígena ou não, sabem da importância que eles desempenham na manutenção da Integridade Nacional, em particular no tangente a área de segurança, pois eles conhecem como ninguém a região onde habitam, sendo então um grande aliado para os órgãos federais no cumprimento de seus deveres constitucionais (FUNAI, PF e FA)”. Este é o depoimento do Comandante do 5º Pelotão Especial de Fronteira em Auaris, no extremo norte da Terra Indígena Yanomami.

Apesar da retórica sobre defesa nacional e preservação do patrimônio do estado, os discursos dos políticos de Roraima nunca incluem, nem chegam mesmo a mencionar a predação garimpeira e os danos que causa ao meio ambiente e ao bem-estar social.

A morte de Valdez Lima é mais uma trágica demonstração da impotência do Estado face à organização ilícita desses predadores. A CCPY lamenta profundamente a perda desse abnegado servidor do Estado brasileiro que cumpria o seu papel de defensor dos Yanomami.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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