Selecione o Periodo:
De
   
Até
 

 



Clique e acesse o projeto Cartografia Yanomami
 
Clique e acesse !
 
Clique e acesse !

 

Pesquisa Geral
 

Brasília,     


.  

 

 

 


Untitled Document

Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 4 - Junho - 2004
Titulo: ONG luta pela propriedade intelectual indígena
Fonte: O Estado de São Paulo

Inbrapi quer mudar a lei dos direitos autorais e ensinar as comunidades a preservar suas tradições.

Descontentes com a forma como a produção indígena pode ser reproduzida ou copiada no mercado cultural, sem necessidade de autorização ou pagamento de direitos autorais, pajés e militantes índios fundaram uma organização não-governamental para defender a propriedade intelectual tradicional - a primeira voltada para o tema. O Instituto Indígena Brasileiro da Propriedade Intelectual (Inbrapi) pretende ensinar as comunidades a preservar seus conhecimentos e tentar uma mudança na lei de direitos autorais.

"A lei reconhece apenas o autor individual, que fez uma obra e tem direitos sobre ela. O que é coletivo é considerado de domínio público. Queremos que a lei reconheça essa produção como sendo de uma comunidade", afirma o filósofo e escritor Daniel Munduruku, presidente da ONG. Ele explica que o conceito de propriedade intelectual engloba danças, músicas, narrativas, grafismos, artesanatos e todo o conhecimento no uso de plantas e ervas transmitido entre as gerações.

"É comum aparecerem pessoas nas aldeias que gravam as músicas, copiam as histórias e depois lançam isso no mercado, ficando com todo o crédito. Indústrias também copiam a extração de um planta e não dizem que veio de um saber tradicional. A idéia não é impedir a divulgação, mas dar aos índios um controle sobre o uso que é feito dela", explica Marcos Terena, conselheiro da entidade e articulador do grupo sobre povos indígenas das Nações Unidas.

Com sedes em São Paulo e Brasília, a ONG já fez palestras em várias aldeias.

Atualmente, organiza um levantamento de tudo o que já foi retirado de comunidades e lançado no mercado.

Outro foco de atuação, explica Munduruku, está na orientação dos novos autores indígenas - jovens que aprenderam a leitura e a escrita e estão começando a registrar mitos e histórias de suas comunidades. "Eles escrevem, mas não sabem fazer contratos, lidar com editoras, com o mercado. Pretendemos fazer essa intermediação para ajudá-los."

Interpretação - O debate é novo na sociedade e não está contemplado na legislação, afirma o advogado do Instituto Socioambiental Raul da Silva Telles do Valle, autor do livro Os Povos Indígenas Frente ao Direito Autoral e de Imagens. Ele defende, porém, que não seria preciso uma mudança na lei, mas a construção de uma doutrina e de estudos alertando para essa questão. "É possível com a lei atual garantir esses direitos, mas essa interpretação nunca foi feita. Toda a jurisprudência é sobre direitos individuais. No caso dos indígenas, trata-se de reconhecer o direito de uma autoria coletiva sem titularidade", diz.

Enquanto isso, em meio ao vazio legal, alguns artistas e pesquisadores desenvolveram por conta própria uma forma de retribuição. A fotógrafa Cláudia Andujar, que desde a década de 70 registra os ianomâmis, faz questão de repassar 50% do que recebe com o material para a comunidade. "Faço por uma questão de respeito." Essa visão é compartilhada pela antropóloga Betty Mindlin, autora de cinco livros sobre mitos indígenas. "Mesmo a lei considerando essas narrativas de domínio público, considero que são propriedade deles."

Untitled Document
Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


  Para informações adicionais favor enviar

  e-mail para o escritório central da
  Comissão Pró-Yanomami no seguinte
  endereço:
   
  proyanomamibv@proyanomami.org.br
   

Comissão Pró-Yanomami © 2007
A comissão incentiva a veiculação dos textos desde citadas as fontes.