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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 1 - Setembro - 2004
Titulo: Carta da Urihi em resposta a matéria "Aviões zelam pela saúde indígena - ONGs de saúde chegam a usar 60% do faturamento em vôos para resgatar índios", publicada pelo O Estado de São Paulo, no dia 29 de agosto deste ano
Fonte: Urihi-Saúde Yanomami

Comunicado Pró-Yanomami


Carta da Urihi em resposta a matéria "Aviões zelam pela saúde indígena - ONGs de saúde chegam a usar 60% do faturamento em vôos para resgatar índios", publicada pelo O Estado de São Paulo, no dia 29 de agosto deste ano.

Senhor Bruno Paes Manso,

A matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo no domingo passado "Aviões zelam pela saúde indígena - ONGs de saúde chegam a usar 60% do faturamento em vôos para resgatar índios" causou-nos profunda revolta pela declaração caluniosa sobre a organização não-governamental Urihi-Saúde Yanomami: "..... Se o total de recursos já não bastasse, foi constatado que o dinheiro era mal usado. Uma auditoria realizada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) detectou problemas na administração dos recursos pela ONG, que acabou sendo descredenciada".

A Urihi, depois de cinco anos de trabalho exemplar, reconhecido internacionalmente, conseguiu retirar a população Yanomami sob sua assistência (7.500 índios) de uma situação de risco de extermínio devido à altíssima incidência de doenças e à ineficiência dos serviços de saúde prestados anteriormente pelo Estado brasileiro. Todas as prestações de contas dos recursos que a Urihi recebeu foram aprovadas pela FUNASA e a citada auditoria (novembro/2003) não identificou qualquer má gestão dos recursos e muito menos sugere o descredenciamento da Urihi (temos o relatório em mãos para qualquer dúvida).

A Urihi decidiu em 2004 não renovar a parceria com a FUNASA por discordar dos novos termos de convênio determinados pela chamada "Reforma da Saúde Indígena" que reservava para as ONGs, na prática, apenas a terceirização dos quadros de recursos humanos para a assistência nos distritos sanitários especiais indígenas. Este tipo de parceria foi considerado inclusive ilegal por nossa assessoria jurídica por se tratar de uma mera triangulação para a contratação de recursos humanos para a execução de ações diretas do Estado. Veja documento da Urihi amplamente divulgado em Fevereiro de 2004.(verifique COMUNICADO Pró-Yanomami de 16.02.04)

Mesmo assim a Funasa quis insistentemente que a Urihi continuasse conveniada. Inclusive, em junho deste ano, foi publicada uma matéria na revista Época, em que o secretário executivo da FUNASA, Sr. Lenildo Morais, não só lamenta a saída da Urihi como declara que "Não tenho nenhuma ressalva a fazer sobre a atuação técnica e administrativa da Urihi. Eles trabalham muito bem e ficamos tristes que não houve acerto" .

Contestamos também o conceito simplista de que se gasta mais do que o devido na assistência aos Yanomami. Basta considerar o princípio da eqüanimidade garantido na Constituição em que todo o cidadão deve receber assistência básica à saúde.

Obviamente, os custos para a execução de ações básicas de saúde, como por exemplo a vacinação de toda a população Yanomami, dispersa não "em um ponto isolado da região norte" mas em uma área de 9 milhões e 400 mil hectares, de floresta equatorial densa, abrangendo parte dos estados de Roraima e do Amazonas, só acessível de avião mono-motor e, em muitos casos, dependendo ainda de helicóptero, não pode ser o mesmo que para as populações urbanas e mesmo rurais com melhores condições operacionais (transporte fluvial e terrestre). Outros fatores como a grave situação epidemiológica, as especificidades do atendimento inter-étnico e as dificílimas condições de trabalho dos profissionais de saúde, tornam a assistência extremamante complexa e mais cara.

Queremos lembrar também que, com a saída da Urihi, hoje se está gastando mais do que antes e com resultados insatisfatórios até o momento, segundo informações das lideranças indígenas (vide boletim CCPY nº 53).

Acreditando na boa fé e na eficiência do jornal O Estado de São Paulo em levar os fatos e a verdade ao conhecimento público, pedimos a retificação das informações equivocadas e inverídicas sobre a Urihi publicadas por esse jornal. Caso contrário, nos sentimos obrigados, em defesa de nossa reputação, a acionar juridicamente o jornal.

Para qualquer outras informações sobre a Urihi e a situação atual de saúde dos Yanomami, nos colocamos à inteira disposição.

Atenciosamente,

Urihi-Saúde Yanomami


Urihi-Saúde Yanomami

01 de Setembro de 2004

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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  Comissão Pró-Yanomami no seguinte
  endereço:
   
  proyanomamibv@proyanomami.org.br
   

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