O novo coordenador
do Conselho Indígena de Roraima (CIR), tuxaua Marinaldo Justino Trajano,
renovou o fôlego da instituição na luta pela demarcação
da Raposa/Serra do Sol. Ele foi empossado no encerramento da Assembléia,
realizada no Maturuca. O tuxaua Jairo Pereira da Silva assumiu como vice.
“Vou seguir
o mesmo ritmo de trabalho do meu antecessor. Espero que o nosso povo acredite
em mim, porque nós vamos continuar lutando pela saúde, educação,
meio-ambiente e gostaríamos que as autoridades entendessem nossas reivindicações”,
afirmou.
Com a demora
na homologação, ele disse que a entidade vai aumentar a pressão
para que o governo brasileiro cumpra a Constituição Federal.
Com o apoio de organizações indígenas de todo o país,
disse que está sendo organizada para abril a realização
de um fórum indigenista, em Brasília, para atrair a atenção
do mundo sobre os problemas fundiários que as populações
indígenas enfrentam no país, sobretudo em Roraima. “Se
nós fizermos pressão, o Supremo vai homologar”, disse.
Para ele, o
governo do presidente Lula da Silva, um parceiro na luta em defesa das minorias
antes de chegar ao poder, decepcionou. “Mas mantemos a esperança. São quase
30 anos de luta”, destacou.
Apesar do pessimismo
em relação às organizações contrárias à demarcação contínua, Marinaldo vislumbra
a possibilidade de diálogo. “Se houver o diálogo, será uma vitória não só
para Roraima, mas para o Brasil. Nós estamos abertos ao diálogo, mas não vamos
abrir mão da defesa da homologação contínua”, sustentou.
Na opinião
dele, o movimento está mais organizado e apresenta resultados positivos
na saúde, educação, na agricultura e na pecuária.
“Na Raposa/Serra do Sol temos um rebanho de 30 mil reses e no Município
de Normandia a produção agrícola já não
é de subsistência. Parte dela é comercializada no município”,
afirmou.