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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 10 - Março - 2005
Titulo: Morreram 104 crianças yanomami em 2004
Fonte: Folha de Boa Vista

A desnutrição matou seis crianças yanomami e um idoso no ano passado, em todo o Distrito Sanitário Yanomami (DSY), que abrange os estados de Roraima e Amazonas. Dos 161 óbitos registrados no período, 104 foram crianças de zero a nove anos de idade. O infanticídio é a principal causa de morte, seguida das doenças respiratórias, como a pneumonia.

A população yanomami do Brasil é formada por 15.005 indivíduos, sendo 3.359 crianças de zero a cinco anos de idade. Eles vivem em Roraima e no Amazonas, numa reserva de 9,4 milhões de hectares. Apesar da extensa área, as crianças sofrem com a carência alimentar. Segundo estimativa do médico e antropólogo Marcos Pelegrini, coordenador técnico do DSY, 20% dessas crianças apresentam baixo peso.

A situação é mais grave nas comunidades de Homoxi, Xitei e na região de Parafuri, justamente os locais mais atingidos pelo garimpo nas décadas de 70 e 80. A poluição dos rios pelo mercúrio, usado para purificar o ouro, prejudicou a pesca enquanto a devastação da floresta e os motores afastaram os animais que eram normalmente caçados pelos indígenas.

“Os índios reclamam que não têm mais a queixada [porco do mato], que antes encontravam aos bandos com até 200 animais”, disse Pelegrini.

A falta de alimento, no entanto, não é a única causa da desnutrição. “Eles estão morrendo não por falta de comida. Existem diversas causas de desnutrição, como as infecções e as doenças repetidas que deixam a criança abaixo do peso”, ressaltou o médico. Pelegrini trabalha com os yanomami desde a criação do DSY, em 1991. Ele diz que além das regiões afetadas pelo garimpo, nota deficiência de comida nas áreas de conflito entre os indígenas. “Essas brigas diminuem a força de trabalho disponível para a caça e a pesca, e inibem as caçadas prolongadas, que dão melhores resultados, e a abertura de roças em áreas novas”, conta.

Mesmo depois da proibição do garimpo na terra indígena, há 15 anos, a garimpagem ainda é motivo de conflito entre as comunidades. “As mortes por causa de doenças trazidas pelos garimpeiros ainda são motivos de disputas registrados até hoje”, ressaltou.

O diretor não considera alto o número de mortes por desnutrição no ano passado. “Não tenho dados de outras regiões para fazer um comparativo, mas a desnutrição não é a principal causa de morte entre as crianças. Eles morrem mais por complicações respiratórias”, argumentou.

Na opinião dele, a situação dos índios yanomami não pode ser comparada aos índios do Mato Grosso do Sul, onde foram registradas nove mortes por desnutrição este ano. “O nosso problema não se parece com o do Mato Grosso do Sul. Lá eles não têm terra, emprego nem lenha para fazer a comida. Só em Dourados, oito mil índios vivem na periferia da cidade”, afirmou.

CONTROLE – Os casos de desnutrição vem diminuindo. Em 2002, o DSY identificou 379 crianças de até cinco anos com esse problema. Em 2003, foram 187 - mas este número está subestimado - e 350 no ano passado. Em 2002, oito crianças morreram e seis em 2004.

Marcos Pelegrini afirma que os 250 profissionais de saúde que trabalham na área Yanomami atuam na vigilância do estado nutricional das crianças, procurando identificar os motivos para que apresentem desvios na curva de crescimento normal.

O acompanhamento é feito mensalmente, com visitas em todas as comunidades. “Todas as crianças com menos de cinco anos são pesadas e medidas”, disse. Os casos de desnutrição são tratados com suplementação alimentar, através da doação de leite, papa e óleo, que oferecem uma alimentação hipercalórica às crianças.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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