Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Data: 19 - Abril - 2005
Titulo: Índios lutarão para manter integração
Fonte: Brasil Norte

Os índios ligados a Sodiurr, contrários à homologação da reserva Raposa do Sol de forma contínua, lutarão para manter a integração com os não indígenas que moram na região, além de defender a presença da estrutura do Estado, como as escolas, os postos de saúde e de segurança. A afirmação é do macuxi José Novaes, presidente da entidade. A maior preocupação dele consiste no risco de conflitos na região no caso dos favoráveis à área contínua tentarem promover o isolamento da Raposa Serra do Sol como acontece nas reservas Ianomâmi e Waimiri Atroari. “A maioria dos índios quer participar ativamente do processo de desenvolvimento econômico do Estado”, comentou.

De acordo com José Novaes, o presidente Lula homologou a reserva em atendimento aos interesses de organismos internacionais e deixou de respeitar a vontade dos índios da Raposa Serra do Sol, afirmando que a Sodiurr reúne aproximadamente 10 mil indígenas. “Forças ocultas influenciaram a decisão e prejudicou o nosso povo”, salientou.

O macuxi defende que os arrozeiros e os moradores não índios permaneçam na região, independente da portaria demarcatória estabelecer que saiam num prazo de um ano. “Vamos brigas na justiça. O dinheiro das indenizações deveria ser utilizado em projetos de melhoria da qualidade de vida dos indígenas da Raposa Serra do Sol”.

Na análise do presidente da Sodiurr, a forma como o governo Lula está conduzindo a definição da reserva causará isolamento, miséria e retrocesso às comunidades indígenas. “Não concordamos com o ato do presidente Lula, que prometeu ouvir os índios e não levou em consideração o pedido para manter a harmonia em Roraima”, disse. (I.G.)