Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Data: 20 - Abril - 2005
Titulo: Almir Sá denuncia irregularidades no Incra de RR
Fonte: Folha de Boa Vista

O deputado Almir Sá (PL) usou o espaço de liderança no plenário da Câmara dos Deputados para denunciar irregularidades no Incra de Roraima que ainda esperam por investigação e por uma explicação satisfatória por parte do Governo Federal. A denúncia foi feita pelo deputado como protesto pela homologação da terra indígena Raposa/Serra do Sol.

“O meu Estado foi atingido em golpe de morte no dia 15 passado. Após a chegada da Europa, o presidente Lula cometeu ato similar ao de Fernando Collor de Melo que, pressionado pela comunidade internacional, demarcou 9 milhões de hectares para os yanomami e engessou 30% do Estado de Roraima”, afirmou.

Na área yanomami, segundo o deputado, estão as mais ricas jazidas de minério do país. “Fernando Collor, ao atender a comunidade internacional, deixou a brasilidade para referendar interesses escusos internacionais. Estranhamente o presidente Lula vai a Roma e ao chegar faz o mesmo nas fronteiras com a Guiana e a Venezuela, fechando o arco norte de uma das regiões mais ricas do país ao demarcar a Raposa/Serra do Sol para atender interesses escusos nacionais e internacionais”.

“O Estado de Roraima está de luto. Até mesmo grande parte das comunidades indígenas de Raposa/Serra do Sol protesta contra o ato do presidente Lula, porque não é ato de brasileiro, mas sim um ato que referenda interesses internacionais”.

Almir Sá aproveitou o discurso para chamar a atenção do Congresso e da opinião pública nacional para a situação do Incra em Roraima que, administrado pelo PT, segundo ele, se tornou foco de diversas irregularidades que redundaram em uma intervenção da direção nacional do órgão.

“Em novembro de 2003, a bancada de Roraima emitiu um documento ao presidente do Incra e em audiência denunciou irregularidades no Incra de Roraima. Um ano depois, em novembro de 2004, mudou o superintendente do Incra em Roraima, mas o rombo está lá, cujas suspeitas estão escondendo debaixo do tapete”.

Mesmo eximindo a atual direção do Incra destas irregularidades, Sá disse que há suspeitas de desvios de recursos e grilagem de terras, entre outras. “A imprensa tem que ir ao Incra pedir os pareceres, os resultados da auditoria e até mesmo na Polícia Federal que está investigando essa questão”.

Ainda de acordo com o deputado, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, tem conhecimento dessas denúncias há mais de um ano e não tomou nenhuma atitude. “Assim agindo, ele avalizou e carimbou o desvio de gado da Fazenda Bamerindus. Tudo isso foi denunciado pela imprensa local, pelos deputados e pelos senadores, mas o presidente do Incra não se sensibilizou”, afirmou Sá.