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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 15 - Agosto - 2005
Titulo: Assistência médica precária aos Yanomami na Casa do Índio e nos hospitais de Boa Vista (RR)
Fonte: Fonte: CCPY – Comissão Pró-Yanomami, Boletim nº 67

As recentes remoções de doentes yanomami de suas aldeias para Boa Vista, capital de Roraima, revelaram que a infra-estrutura deficiente da Casa do Índio (Casai) local também prejudica o atendimento aos pacientes indígenas. Faltam medicamentos e a maioria dos equipamentos está danificada, impossibilitando a realização dos exames necessários. Neste contexto crítico, os Conselheiros indígenas do DSEI-Yanomami cobraram presença mais constante dos técnicos de saúde nas aldeias, a fim de evitar remoções para a cidade.

A situação da Casa do Índio de Boa Vista foi denunciada por diversos integrantes do Conselho do DSEI-Yanomami, reunido no final de junho passado, bem como pela Comissão Pró-Yanomami (CCPY). Em julho último, a Casa do Índio de Boa Vista concentrava 120 Yanomami, entre pacientes e acompanhantes. Mesmo com dez médicos teoricamente lotados na instituição, a maioria dos doentes tem de esperar entre 40 e 90 dias para a realização de exames, o que favorece também a contração de outras doenças no local e sua posterior disseminação na terra indígena (como é o caso da disenteria virótica que se alastra na área Yanomami desde a semana passada).

Além de superlotada, a Casa do Índio não garante aos pacientes indígenas um atendimento em saúde culturalmente diferenciado. Embora os Yanomami removidos falem quatro línguas yanomami distintas, a maioria não falam português, mas a instituição conta apenas com uma intérprete em tempo parcial, tornando muito difícil a comunicação entre os índios e os médicos ou auxilares de enfermagem. Até hoje os pacientes comem sentados pelo chão dos corredores, enquanto não são concluídas as obras de uma cozinha e de um refeitório estimadas em R$ 1,4 milhão de reais.

O Presidente da Hutukara Associação Yanomami, Davi Kopenawa Yanomami, visitou no dia 11 de julho a Casa do Índio, juntamente com representantes do Ministério Público de Roraima e do DSEI-Yanomami, profissionais de saúde da Funasa e funcionários da conveniada Fundação Universidade de Brasília (FUB).

Davi Kopenawa confirmou a relevância das denúncias sobre a precariedade do atendimento aos pacientes yanomami na instituição e exigiu uma resposta dos responsáveis da Casa do Índio e da Funasa, provocando uma reunião em que participaram os representantes dessas instituições e da CCPY, na tentativa de buscar soluções para o problema.

Foi imediatamente criada uma comissão permanente para fiscalizar a qualidade do atendimento na Casa do Índio. Integram o grupo os antropólogos Ângela Kurovski (CCPY) e Jankiel de Campos (Ministério Público de Roraima), a assistente social da Universidade de Brasília, Jane Ferreira, o representante do Sindicato dos Servidores, Carlos José Dantas, a enfermeira supervisora da UnB, Kelly Maria Q. Martins, e o técnico de enfermagem da Funasa, Dionídes Peixoto Silva.

A primeira medida foi fazer uma triagem dos pacientes yanomami, quando se constatou que 10 deles já podiam receber alta e não teria motivo para permanecer na Casa do Índio. Foi exigido também um compromisso dos responsáveis do DSEI-Yanomami (Funasa) de somente remover os doentes para exames com data de retorno previamente marcada.

Além das deficiências existentes na Casa do Índio, os Yanomami enfrentam também problemas nos hospitais da rede pública local. Falta a estes hospitais um sistema adequado de comunicação com os doentes yanomami e seus acompanhantes e condições culturalmente apropriadas de atendimento.

A Funasa local reconhece que o seu registro de pacientes é precário e suas ações não estão suficientemente articuladas com a rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, as remoções de doentes yanomami para as unidades do SUS nem sempre chegam ao seu conhecimento. Não raro, os familiares dos pacientes ficam meses sem qualquer informação sobre o estado de saúde dos índios internados. Tanto no hospital Coronel Mota, quanto no Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré, os doentes yanomami são também obrigados a enfrentar longas filas para serem atendidos. Entretanto, a Funasa desembolsa, por mês, quase R$ 100 mil para que os nove hospitais da rede pública atendam corretamente os Yanomami.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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