A
falta de pagamento do convênio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na prestação
de serviços junto à Fundação Universidade de Brasília (FUB) foi o motivo para
a suspensão dos trabalhos de saúde básica aos 7.758 índios da etnia yanomami,
realizado nos 21 pólos-base do Distrito Sanitário Yanomami.
A
decisão ocorreu na manhã de ontem, na sede da Funasa, em assembléia dos profissionais
de saúde e com o presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Yanomami,
José Rondinelli Rodrigues, devido ao atraso na liberação do pagamento de duas
parcelas do convênio.
“Ficou
decidido em assembléia, na semana passada, que caso o pagamento não fosse liberado
até hoje [23], ninguém entraria nas áreas para atuarem. Como o valor não foi
repassado haverá a suspensão do atendimento. Porque o salário não foi repassado,
comprometendo a compra de materiais e também medicação. Precisamos do dinheiro
para manter e cobrir o trabalho na área”, lembrou.
Atuam
no Distrito Sanitário Yanomami 190 profissionais da FUB e diretamente na área
yanomami mais de 120 pessoas, entre médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem,
técnicos em patologia e outros profissionais da saúde.
O
motivo da suspensão dos atendimentos é pela falta de pagamento do repasse da
4 a parcela no valor de R$ 918.113,45 do contrato vencido e R$ 8.796.798,45
da 5 a parcela, do contrato prorrogado até novembro. “As condições de trabalho
ficam precárias e o trabalhador não tem como se manter. Sem o pagamento, todos
são afetados e não tem condições de ficar assim”, declarou.
Rondineli
declarou que retornarão para a área somente mediante a liberação das parcelas.
“Todos os profissionais cumprem o seu papel e a área está segura. Mas, como
o valor não foi liberado, a equipe que se encontra na área já está vencendo
o prazo de 30 dias e a outra equipe que está em Boa Vista, em descanso, não
retornará”, disse.
FUNASA
– A Assessoria de Comunicação da Funasa informou que o coordenador regional,
Ramiro Teixeira, conseguiu, em Brasília, a liberação da 4ª parcela no valor
de R$ 918.113,45 e o pagamento será liberado nos próximos dias.
Em
relação à liberação do pagamento da 5ª parcela, o coordenador regional ficará
mais uma semana em Brasília articulando com a presidência da Funasa a liberação
para no máximo 15 dias.
Segundo
informações, o atraso das parcelas foi decorrente da mudança da presidência
da Funasa, quando o novo presidente, Paulo Lustosa, suspendeu o pagamento de
todos os convênios para analisar os contratos, valores e parceiros, motivo que
levou o atraso do pagamento da 4ª parcela e entrando no vencimento da 5ª.