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Brasília,     


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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Notícias CCPY Urgente

Data: 16 - Setembro - 2005
Titulo: Reunião extraordinária do Conselho Distrital de Saúde Yanomami –Yanomami ocupam sede da Funasa em Roraima em protesto contra mau atendimento
Fonte: CCPY – Comissão Pró-Yanomami, Boletim nº 68

Durante a reunião extraordinária do Conselho Distrital de Saúde Yanomami prevista para ser realizada de 15 a 16 de setembro no auditório da Funasa em Boa Vista, Roraima, para discutir os atuais problemas de atendimento na Terra Indígena Yanomami, os conselheiros Yanomami, insatisfeitos com a maneira como a reunião estava sendo conduzida, em protesto, fecharam momentaneamente a sede da Funasa em Boa Vista. A pauta incluía a discussão da qualidade e da continuidade dos serviços de saúde na T.I.Y, além da renovação dos convênios entre a Funasa e as organizações não governamentais prestadoras de serviços, a regularidade do pagamento das equipes multidisciplinares de saúde, o processo de compra de materiais e equipamentos e os serviços de saneamento básico das comunidades. Em vista do ocorrido, a CCPY emitiu o comunicado que é transcrito a seguir:

Yanomami ocupam sede da Funasa em Roraima em protesto contra mau atendimento

Ontem, quinta-feira 15 de setembro, após tentativas infrutíferas de diálogo com representantes da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) de Roraima, um grupo de 25 Conselheiros Yanomami acabou bloqueando entradas e saídas da sede da instituição em Boa Vista (RR) durante cerca de duas horas. O ato de protesto se deu após o início da reunião extraordinária do Conselho Distrital de Saúde Yanomami, onde seriam discutidas as graves insuficiências que vêm afetando a qualidade do atendimento em saúde na Terra Indígena Yanomami. Diante da falta de explicações dos representantes da instituição, os líderes Yanomami, pintados de preto, cor de guerra, resolveram cercar a Funasa e aguardar o retorno de Brasília do seu Coordenador-geral, Ramiro Teixeira, prevista para hoje (16 de setembro).

Segundo Davi Kopenawa, Presidente da Hutukara Associação Yanomami, que participou do ato, essa foi a única forma encontrada pelos Yanomami para que suas reivindicações quanto à assistência em saúde as suas comunidades fossem ouvidas pela FUNASA : “Nós, Yanomami, queremos falar diretamente ao Ministro da Saúde, ao Presidente da Funasa. Nós nos zangamos porque os funcionários que trabalham em Boa Vista não sabem resolver nada. Queremos falar com autoridade, com peixe grande, para resolver nossos problemas, com Ramiro Teixeira e o doutor Paulo Lustosa, Presidente da Funasa. São eles que vão resolver, que vão falar para nós e explicar porque a Funasa está enrolando, por que a Funasa está enganando, porque a Funasa não libera dinheiro para continuar o trabalho de saúde, porque não envia remédio, porque não manda alimento para os funcionários”.

Davi elencou as principais preocupações que os conselheiros yanomami teriam tentado discutir em vão com os representantes locais da FUNASA: “Na área Yanomami está faltando remédio, sempre pedimos, mas mandam muito pouco. Faltam materiais, agulhas, seringas pequenas e grandes, estetoscópio, termômetro. Eles também não manda alimento para os funcionários. Também voltaram as doenças, a malária voltou a crescer no Padauiari, Marari, Marauiá e Ajuricaba, por isso ficamos preocupados. A malária também está aumentando lá no Alto Mucajaí, no Parawau, que tem uns 30 casos. Estão voltando com força as doenças que os garimpeiros deixaram em nossa floresta, tuberculose também aumentou, diarréia e doenças venéreas”.

O Presidente da Hutukara afirma que, apesar de Yanomami terem insistido em obter respostas diretas sobre a constante degradação do sistema de atendimento durante todas as reuniões do Conselho do Distrito Sanitário Yanomami desde o começo do ano, não ouviram nada além de evasivas. “Eles diziam que não sabiam, que não sabiam explicar, que não era com eles, que eles não podiam resolver os problemas, somente os chefes deles poderiam resolver. Eles diziam que somente os chefes têm autonomia, têm dinheiro na mão, que eles não podiam falar porque ficariam com o ‘rabo preso’. Por isso, decidimos pedir direto para os chefes deles”, declarou o Presidente da Hutukara, Davi Kopenawa.

Na reunião do Conselho Distrital aberta ontem continuaram as manobras dilatórias a fim de contornar a manifestação de protesto dos Conselheiros Yanomami, suscitando sua crescente impaciência. Além disso, segundo Davi Kopenawa, a organização da reunião ficou enviesada, não tendo o grau de representatividade esperado: “A FUNASA não preparou bem a reunião. Eles não chamaram o Conselho Indígena de Roraima (CIR), não chamaram a Funai, não chamaram a Polícia Federal, não chamaram ninguém de fora para ajudar a esclarecer os problemas de saúde”.

Os Conselheiros Yanomami voltarão à sede da FUNASA hoje, sexta-feira, dia 16 de setembro, a fim de cobrar respostas diretas do seu Coordenador Regional Ramiro Teixeira, e a resolução imediata dos problemas do atendimento à saúde na Terra Indígena Yanomami.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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