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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 23 - Setembro - 2005
Titulo: Acusações Levianas do Senador Gilberto Mestrinho
Fonte: Amazonas em Tempo – Casa da Cultura do Urubuí

Adital - O Jornal "Amazonas em Tempo", em sua edição do dia 20-09-05, publicou declarações levianas, do Senador Gilberto Mestrinho sobre "desvirtuamento" que teria ocorrido na Criação da Reserva Yanomami.

O Senador amazonense que já teve o seu nome citado nos anos 80, acusado de estar por detrás da invasão da reserva Yanomami por garimpeiros, afirma que:Na criação da reserva Yanomami, como área contínua, prevaleceram as "pressões externas" sobre o Governo brasileiro. Cita genericamente as ONGs e em particular "a antropóloga holandesa(sic) Cláudia Adjudar(sic) que havia sido enviada à reserva pelos interesses externos no momento em que começavam a aparecer vestígios de grandes jazidas minerais em Roraima e era preciso criar um fato novo para impedir que esses minérios pudessem ser explorados pelo Brasil".

Afirma ainda Gilberto Mestrinho que, "para atender os interesses Yanomami, os estudos antropológicos recomendavam a demarcação de ilhas e não área contínua" e "que as reservas não trazem nenhum benefício para as populações que habitam o seu entorno."

Como brasileiro e como indigenista, há 42 anos na região amazônica e como participante na luta em prol de área continua para os indígenas Yanomami, quero dizer que o Senador Gilberto Mestrinho está, no mínimo, mal intencionado nas suas declarações ao Jornal "Amazonas em Tempo".

A opção do Governo Brasileiro por área contínua foi muito boa para os índios Yanomami e também para o povo amazonense, roraimense e brasileiro.

O acolhimento pelo Governo Federal da proposta da CCPY- Comissão pró-Yanomami, criada pelos indigenistas Ir. Carlos Zacquini e Cláudia Andujar, foi muito acertada e oportuna. Jamais a nação se arrependerá dessa decisão. Ao contrário, caso tivesse sido acolhida a proposta dos políticos de cabeças necrófilas, como as dos senadores Gilberto Mestrinho e Mozarildo Cavalcanti, certamente restariam hoje apenas meia dúzia de Yanomami maltrapilhos perambulando pelas ruas de Boa Vista e pelos garimpos do Surucucu e uma multidão de garimpeiros miseráveis doentes de malária, a serviço de poucos donos de garimpo, como Altino Machado, fornecendo metais preciosos para poucos patrões estrangeiros e nacionais do quilate de Gilberto Mestrinho.

Pois, avalie-se o que aconteceu à nata das jazidas de minérios estratégicos, localizada em terras Waimiri-Atroari no Pitinga, Estado do Amazonas, Mun. de Presidente Figueiredo, garimpada durante os recentes 15 anos dos Governos de Gilberto Mestrinho e do seu "filho político" Amazonino Mendes. Onde está o progresso do povo do Município de Pres. Figueiredo? Onde o povo amazonense e brasileiro se favoreceu? Onde foram parar estas riquezas? Gilberto sabe muito bem que não foram nem ONGs e nem indigenistas que as comercializaram no mercado negro mundial.

Ao contrário do que afirma Gilberto, graças ao Parque Yanomami como área contínua, temos hoje um povo Yanomami crescendo em número, em sabedoria e em consciência diante de seu povo e diante da sociedade nacional.

Gilberto sabe muito bem por que acusa gratuitamente a política preservacionista das ONGs de estarem explorando "as riquezas naturais" das áreas indígenas? Foi graças ao trabalho humanitário prestado voluntariamente por cidadãos brasileiros e estrangeiros como Cláudia Andujar, como o Irmão Carlos Zacquini e de ONGs brasileiras como a Comissão Pró-Yanomami, o Conselho Indigenista Missionário, o Conselho das Igrejas Cristãs unindo Igreja Católica e diversas Igrejas Evangélicas, que o povo Yanomami tem hoje garantia da maior parte do seu território tradicional. São estas ONGs que vem combatendo sistematicamente a entrada das empresas de mineração e de garimpeiros nas áreas indígenas, sem o que na há como garantir a sobrevivência dos povos indígenas.

Finalmente, vá o Senador fazer uma pesquisa nas propriedades de Cláudia Andujar, do Ir. Carlos e das ONGs que participam da luta em prol do povo Yanomami e compare as mesmas com as que acumulou, legal ou ilegalmente, enquanto foi funcionário e administrador do poder do Estado. Só um político inveterado na mentira e na sacanagem pode de cima de seus quase 80 anos lançar acusações tão levianas sobre cidadãos que merecem eterno reconhecimento não apenas do povo Yanomami, mas de todos nós brasileiros.

A afirmação de que "para atender aos interesses Yanomami os estudos antropológicos recomendavam a demarcação de ilhas e não área contínua" saiu da cabeça do "antropólogo" Gilberto Mestrinho, mas não de estudos feitos por antropólogos ligados à Associação Brasileira de Antropologia.

Finalmente, a área contínua dos índios Yanomami traz, sim, beneficio para as populações que habitam o seu entorno. Pois os Yanomami lhes mostram novos caminhos para se livrarem de políticos que só pensam no seu próprio interesse como o senador Gilberto Mestrinho. E a prova aí está: Vejam a situação a que estão relegados os amazonenses depois de 3 longos governos de Gilberto Mestrinho? Quase 2/3 da população, deserdada de suas terras no interior do Estado, vive hoje amontoada nas favelas de Manaus. Isto é fruto direto da política econômica aplicada pelos governos do Estado. Quando as terras amazônicas estavam sob a orientação indígena, ninguém conhecia a fome, todos viviam na fartura.

Os Índios Yanomami podem ostentar, para o presente e o futuro, uma vasta biodiversidade que será sempre boa para o seu povo e sempre preciosa para o Brasil e para a humanidade, além de ser fonte inexaurível para estudo, pesquisa e de inspiração para a juventude brasileira. Sabe muito bem o senador Gilberto que o garimpo e as mineradoras acabariam em pouco tempo este patrimônio do país, como já o provou a curta presença de garimpeiros no início dos anos 90.

É preciso que a juventude amazonense comece a avaliar criticamente a herança deixada pela economia da reciprocidade que durante milênios orientou a vida: vegetal, animal e humana, neste vale do Amazonas. Depois avalie os efeitos da economia de mercado que domina há menos de 500 anos este Vale. (Egydio Schwade-Indigenista )

E-mail: urubui@viaclick.com.br

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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