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Notícias CCPY Urgente
Data: 14 - Novembro - 2005
Titulo: Constatado novo foco de transmissão de malária na área yanomami
Fonte:
CCPY – Comissão Pró-Yanomami, Boletim nº 71
Aumento da ocupação da zona rural do município de Barcelos (AM) influi no alastramento da malária na área yanomami. Povoamentos e sítios próximos aos limites da terra indígena servem como porta de entrada para a malária oriunda da cidade. Informações são do médico-sanitarista Oneron de Abreu Pithan, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que realizou viagem pela bacia do rio Demini, afluente do rio Negro, e proximidades. A investigação se deu após o abrupto crescimento no número de casos da doença entre os Yanomami na região do Amazonas (ver Boletim 68), em áreas próximas ou que mantêm algum tipo de contato com habitantes do município, como a do Aracá, onde foram registrados dois óbitos decorrentes da malária no mês de setembro.
Uma comunidade evangélica situada no baixo rio Demini foi identificada como um dos focos de transmissão da doença. “Foi justamente ali, numa comunidade chamada Bacabal, antes do Ajuricaba, que vimos a quantidade de casos de malária. Os Yanomami iam até lá, uma comunidade evangélica de 20 pessoas, sendo que cada uma dessas pessoas pegou, em média, sete malárias. Tivemos, então, 150 casos”, afirmou Pithan. Uma família do Bacabal seguiu, então, para o Ajuricaba, onde após permanecer por uma semana, acabou espalhando a malária. “Um grupo do Aracá, chefiado por Moraes, chegou em seguida ao Ajuricaba e, ao retornarem a suas roças no Jutaí, levaram a malária que há anos não atingia a população local”.
Outro foco de transmissão da malária constatado pelo médico é a região próxima à cachoeira do Aracá, também no estado do Amazonas, antigo ponto de trabalho de piaçabeiros com os quais os Yanomami da região travam contato freqüente.
A constatação de outras vias de acesso da malária em área yanomami, entre as comunidades do alto rio Demini, abre novas perspectivas para ações de prevenção e combate à doença, cuja origem era apontada por muitos, até então, como presente nas constantes locomoções e contatos entre comunidades indígenas dos dois lados da fronteira entre Brasil e Venezuela.
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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)
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