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Yanomami na Imprensa
Data: 25 - Outubro - 2005
Titulo: Estiagem isola ao menos 75 comunidades no baixo Amazonas
Fonte:
Agência Folha – Folha de São Paulo
Pelo menos 75 comunidades de 11 municípios que pertencem ao baixo Amazonas estão isoladas, segundo a coordenação da Defesa Civil Estadual. Na semana passada, o governador Eduardo Braga (PMDB), já havia dito que a seca iria se agravar na região, por conta da vazante do Amazonas.
Faltam água potável, alimentos, energia elétrica e há casos de diarréia em Parintins (6.000 famílias isoladas), Nhamundá (5.000 famílias), Barreirinha (500 famílias isoladas), Maués (800 famílias) e Boa Vista do Ramos (76 famílias).
Na segunda-feira, a cota do baixo Amazonas estava em 2,56 m, com sinais ainda de que as águas estão baixando, mantendo secos igarapés, lagos e paranás que dão o acesso fluvial às comunidades.
É também crítica a situação em comunidades banhadas por afluentes do rio Negro, como em São Gabriel da Cachoeira (incluindo aldeias os índios ianomamis), Barcelos, Santa Izabel do Rio Negro e Novo Airão.
Segundo o secretário do Governo, José Melo, a situação levou o SOS Interior a incluir mais 30.359 famílias como atingidas pela estiagem além das 32 mil inicialmente previstas. Agora são 62.359 famílias em todo o Estado.
Desse total, 43.805 já estão recebendo as cestas básicas doadas pelos governos estadual e federal, disse Melo.
Nas comunidades de Cabury, Mocambo, Ilha da Guariba, Caracura, em Parintins, os moradores estão com diarréia e anemia. "Eles tem ausência total de água potável e alimentação escassa", afirmou o capitão PM Danilo Brilhante, coordenador da Defesa Civil no baixo Amazonas.
O Serviço Geológico do Brasil, em Manaus, afirmou que a estiagem no rio Negro e no baixo Amazonas continuará por pelo menos 15 a 20 dias.
60 dias
O governo federal trabalha com a expectativa de normalização da situação na região amazônica em um prazo máximo de 60 dias. "A tendência é a restauração da normalidade nesse período", afirmou pela manhã, em Recife (PE), o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes.
Segundo ele, o prazo de dois meses para o fim da seca decorre das "distâncias abissais" e "do nível muito baixo" dos rios. A água que chegar às nascentes, disse, ainda vai demorar para atingir os locais mais distantes.
Por conta disso, afirmou, a crise tende a se agravar nos próximos dias, na divisa entre o Amazonas e o Pará. "Nessa região fronteiriça, a situação ainda vai piorar, embora a perspectiva de solução a médio prazo, de 45 a 60 dias, já esteja praticamente segura."
De acordo com o ministro, durante esse período, o governo manterá a ajuda emergencial às famílias afetadas. "Estamos com a equação montada", disse.
Para Ciro, a morte de peixes provocada pela estiagem não afetará de modo significativo e duradouro as comunidades que sobrevivem da pesca. Com a restauração dos cursos d'água, os recursos pesqueiros terão "rápida recuperação", declarou.
O ministro elogiou as ações do governo na região e classificou as operações emergenciais de "brilhantes" e "impecáveis". "Garantimos a oferta de alimentos e medicamentos para 100% da população." (Kátia Brasil, Fábio Guibu)
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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)
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