A Assessoria de Comunicação da Polícia Federal afirmou ontem para a Folha que a operação de retirada de garimpeiros da reserva Yanomami já iniciou. “Estamos fazendo o levantamento da área onde os garimpeiros estão e realizando reuniões em Brasília com representantes da Funai e de ONGs, pois essa operação vai demandar uma grande quantidade de recursos e um grande número de homens”, explicou o assessor, Giovane Negreiros.

Ele disse que nessa 1a fase da operação estão sendo levantados os fatores e condições da área. “Estamos fazendo um estudo para evitar danos e conflitos com os yanomami que vivem no local, pois eles têm uma cultura diferenciada. A Polícia Federal não está inerte em relação a esses garimpeiros”, frisou. Três garimpeiros já foram ouvidos pela polícia em relação à situação na área e um relatório está sendo montado com estratégias de invasão do local, segundo ele.

Apesar dos esclarecimentos da polícia, informações extra-oficiais de fontes de dentro da Polícia Federal afirmam que a ação de retirada desses garimpeiros pode não ocorrer ainda este ano devido à mudança de delegados e agentes que serão transferidos para outros locais. Somente da Superintendência local quatro delegados devem ser trocados.

CRISE - A crise entre a Funasa e a Polícia Federal começou quando o então coordenador da Funasa, Ionilson Sampaio, disse que a Polícia Federal e a Funai nada fizeram para retirar os garimpeiros da área.

Desde julho, estão sendo solicitadas providências à Funai e à Superintendência da Polícia Federal, inclusive através de ofício, e, por último, ao Ministério Público Federal (MPF).(Cyneida Correia)