Untitled Document
Foto: Divulgação
População
indígena em Roraima cresce em ritmo
acelerado, conforme estatística
Os
dados sobre mortalidade indígena demonstram que o número de óbitos
de crianças é maior do que de idosos. Mais de 26% das mortes de
índios registradas em 2005 ocorreram entre menores de um ano (28 óbitos),
enquanto a mortalidade entre idosos não chegou a 20% do total.
A análise dos dados preocupou os estudiosos visto que o segmento indígena
é o único em que esse fenômeno ocorre. Em todos os outros
(brancos, pretos, pardos e amarelos), a proporção de mortes é
maior entre os mais velhos. Entre a população branca, por exemplo,
metade das mortes registradas em 2003 ocorreu entre idosos e de cada 100 mortos
apenas 5,1 eram menores de cinco anos.
No entanto, um levantamento feito pela Funasa, que leva em consideração
apenas os índios das aldeias, registra significativa queda na mortalidade
infantil nos últimos anos. Em 2000, foram 74,6 mortes entre crianças
para cada 1.000 nascidos vivos contra 47,7 mortos para cada 1.000, em 2004.
No ano passado, com 68% dos dados consolidados, o registro é de 28,5
para cada 1.000.
O médico Paulo Daniel Morais, coordenador do Projeto de Saúde
do CIR (Conselho Indígena de Roraima), explicou que a população
indígena de Roraima cresce a um ritmo acelerado. Esse dado refere-se
aos macuxi, wapixana, taurepang, ingarikó, wai-wai e patamona, etnias
que ocupam predominantemente as áreas de lavrado na região nordeste
do Estado.
Segundo ele, a mortalidade infantil caiu drasticamente nos últimos anos
assim como melhorou a expectativa de vida entre os indígenas, criando,
assim, um ambiente favorável ao aumento da população. A
tradição das famílias numerosas também contribui.
O médico disse ser comum encontrar oito, dez filhos de um único
casal. Morais explicou que há 15 anos o coeficiente de mortalidade infantil
era de 70 para cada grupo de mil menores de um ano, e hoje é de 35 por
mil. Segundo ele, as causas mais comuns de morte entre crianças são
infecções e diarréias, que são as maiores causas
de morte em todo o mundo e entre todas as populações. Entre os
adultos, as causas externas como atropelamento, afogamento, acidentes e homicídios
são as principais.
“A
população indígena é idosa e não é
tão grande, por isso morrem poucos velhos, enquanto que o índice
de natalidade é alto. Nascem mais crianças, portanto, morrem mais
crianças também. Melhorou muito a assistência neonatal que
oferecemos aos indígenas, e os índices de mortalidade caíram
bastante”, disse.(Cyneida Corrêa)