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Esta seção procura seguir toda a atualidade Yanomami no Brasil e na Venezuela. Apresenta notícias produzidas pela Pró-Yanomami (CCPY) e outras ONGs, bem como notícias de imprensa. Propõe também comentários sobre eventos, publicações, exposições, filmes e websites de interesse no cenário Yanomami nacional e internacional.

Yanomami na Imprensa

Data: 17 - Janeiro - 2006
Titulo: Índios cobram definição de política de saúde
Fonte: O Liberal - Belém

A definição de uma política de saúde indígena pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) é a principal reivindicação das comunidades, luta compartilhada entre os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), criados em 1999. No Distrito Guamá-Tocantins, o chamado distrito de Belém, que abriu ontem sua “II Conferência Distrital de Saúde Indígena”, lideranças do Conselho Indígena Distrital cobram mais trabalho de prevenção em saúde, sob o argumento de que a Funasa vem atuando no lado curativo, em lugar de prevenir doenças como malária, dengue e doenças sexualmente transmissíveis, além dos baixos investimentos em saneamento básico nas aldeias, que também está sob a responsbilidade da Funasa. A conferência, que está ocorrendo no auditório do Centro Educacional Sagrada Família, em Ananindeua, prossegue até sexta-feira com a aprovação do relatório final para a “IV Conferência Nacional de Saúde Indígena”, marcada para março deste ano, em Brasília.

Edinaldo Tembé, vice-presidente do Conselho Distrital do Guamá-Tocantins, diz que mesmo na atuação curativa das equipes da Funasa, o atendimento médico ainda é precário em muitos pólos do interior do Estado, que geralmente são carentes de recursos, e isso também causa prejuízos inclusive nos treinamentos das equipes que atendem às comunidades das aldeias. “Nós, que já fomos o segundo maior distrito do Brasil e agora somos o maior, esperamos pelo menos uma mudança de postura com o reforço das metas e obrigações do governo federal para com os índios, com a definição de uma política de saúde mais eficaz que atue não só na parte curativa, mas também na preventiva”, afirmou.

Em relação à prevenção, Edinaldo Tembé afirmou que a incidência de doenças como a malária e a dengue tem preocupado as comunidades nas aldeias, além de doenças sexualmente transmissíveis, que atingem principalmente jovens que transitam entre aldeias e as cidades para estudar ou trabalhar. Outra preocupação recente nas aldeias do Guamá é o aparecimento de casos suspeitos de leischmaniose, que no ano passado pode ter provocado a morte de duas crianças. “Ainda são casos suspeitos, sem diagnósticos, mas nos preocupa muito, já que as amostras colhidas em alguns animais domésticos foram positivas”, informou.

Segundo Vânia Cunha, socióloga da Funasa no Distrito Guamá-Tocantins, houve uma melhora significativa na saúde indígena nos últimos cinco anos, após a transferência da responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai) para a Funasa. “Nós ainda não temos em mãos o balanço consolidado com os números das ações de saúde e balanços epidemiológicos de 2005, mas posso afirmar que houve uma melhora muito grande nos índices de desnutrição infantil e outras doenças que preocupavam a saúde indígena”, informou.

Vânia explicou que as conferências distritais de saúde são organizadas pela Funasa e reúnem todas as reivindicações dos pólos que compõem os distritos em um documento chamado Plano Distrital, que define as ações na área de saúde a cada ano. Durante a conferência, até o final desta semana, será fechado também o plano distrital do Guamá-Tocantins, já com as informações dos pólos que integram esse distrito, além da eleição do novo Conselho Distrital e de delegados que vão representar o Pará - junto com os representantes já eleitos nos outros três distritos - na “IV Conferência Nacional de Saúde Indígena”.

Distritos - A conferência distrital reúne, além dos conselheiros e outras lideranças indígenas, representantes de diversos segmentos, como prefeituras, organizações não-governamentais (ONGs) e profissionais da área de saúde da região. Eles vão discutir e aprovar propostas de melhoria dos serviços de saúde para as 40 aldeias pertencentes ao Distrito Guamá-Tocantins, que envolve os pólos com base nos municípios de Tucuruí, Oriximiná, Santarém, Tomé-Açu, Capitão Poço, Paragominas e Marabá.

As discussões estão sendo orientadas pelo tema central “Distrito Sanitário Especial Indígena: território de produção de saúde, proteção da vida e valorização das tradições”, que também é tema da Conferência Nacional, a partir do qual foram destacados cinco eixos temáticos - Direito à Saúde; Controle Social e Gestão Participativa; Desafios Indígenas Atuais; Trabalhadores Indígenas e não Indígenas em Saúde; Segurança Alimentar, Nutricional e Desenvolvimento Sustentável.

Os conselhos distritais foram criados em 1999, ano em que as terras indígenas de todo o território nacional foram divididas em 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, os DSEI. No Pará, as 2 mil aldeias estão distribuídas em quatro distritos, o Guamá-Tocantis, o Kaiapó do Pará, o de Altamira e o do Tapajós. Nestes três últimos, as conferências já foram realizadas. No Guamá-Tocantins, a conferência continua hoje discutindo os eixos temáticos em grupos, com plenária à tarde para apresentação e discursão das propostas dos grupos.

Epidemia de malária volta a ameaçar ianomâmis. Só em 2005 foram 1.400 casos.

A malária volta a ameaçar os índios ianomâmis. Depois de três anos de queda sucessiva no número de casos, a doença ganha novamente contornos de epidemia. Em 2005, foram 1.400 registros, em 2003 haviam sido 418. O número também é mais do que o dobro do registrado em 2004, com 622 doentes.

Os ianomâmis têm denunciado a falta de medicamentos e a inconstância dos serviços de assistência à saúde. Especialistas afirmam que problemas de várias nações indígenas se agravaram nos últimos dois anos, principalmente depois de uma mudança na forma de atuação da Fundação Nacional de Saúde. Em várias regiões há queixas de falta de estrutura.

Entre os ianomâmis as perspectivas sombrias já são realidade. Além da malária, o número de casos de tuberculose pode ser ampliado, alerta o médico Cláudio Esteves, integrante da organização não-governamental Comissão Pró-Yanomami (CCPY). Até meados de 2004, ele esteve à frente do trabalho de promoção e assistência à saúde para um grupo de 7.500 índios ianomâmis. Por discordar das mudanças na forma de assistência, sua ONG saiu do convênio firmado com a Fundação Nacional de Saúde. Além dos riscos da doença em si, a malária traz uma série de outros reflexos: “A doença é o primeiro passo para a escassez de alimentos (debilitados, os índios deixam de trabalhar a terra e, como não fazem estoques, ficam sem comida) e, em conseqüência, para a desnutrição”, afirma o médico. Ele não descarta que, com a crise, aumentem os casos de outras doenças respiratórias. Em novembro, representantes de povos ianomâmi mandaram uma carta ao ministro da Saúde, Saraiva Felipe, relatando os problemas a que vinham sendo submetidos. O diretor do Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde, José Maria de França, admitiu haver falta de medicamentos em várias regiões do País. E atribuiu o problema à falta de recursos no orçamento e a falhas na forma de reposição do estoque.

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Coordenação Editorial: Bruce Albert (Assessor Antropológico CCPY) e Luis Fernando Pereira (Jornalista CCPY)


 

 

 


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