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Uma
aeronave monomotor e dois funcionários contratados pela FUB (Fundação
Universidade de Brasília), através da Funasa (Fundação
Nacional de Saúde), estão sendo impedidos de deixar a comunidade
Wabutha, na reserva Yanomami, na região do Município de Alto Alegre,
até que seja providenciada a troca de técnicos da área
de saúde. Os índios Yanomami temem a falta de assistência
em saúde.
O
fato foi confirmado pelo Posto da Funai (Fundação Nacional do
Índio) no início da tarde de ontem e reiterado pela Coordenação
da Funasa. Tudo isso foi ocasionado pela ameaça dos funcionários
da FUB abandonarem a área devido ao atraso no repasse de verba para pagamento
de pessoal e despesas extras. Desde janeiro os 220 funcionários não
recebem os vencimentos.
É
constante o atraso no repasse de verba para as conveniadas contratadas pela
Funasa, para prestação de serviços na área de saúde.
Recentemente, índios Yanomami invadiram a sede do órgão
federal e impediram a entrada de servidores públicos. O protesto durou
dias. Não está descartada a hipótese de se repetir o fato.
Na
manhã de ontem, funcionários da FUB se reuniram em assembléia
geral para definir a melhor forma de protesto. Eles procuraram o Ministério
Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho
(MPT).
Segundo
o coordenador do Distrito Sanitário Yanomami, contratado pela FUB, Marcos
Pelegrine, do MPF veio a sugestão de que o caso deve ser resolvido via
administrativamente e não através da Justiça. Os servidores
da FUB agendaram uma audiência com procuradores do MPT para a próxima
quinta-feira, dia 02 de março.
“Já
estamos praticamente no segundo dia de atraso nos salários e não
temos posicionamento concreto”, disse Pelegrine, ao informar que o protesto
dos indígenas é apenas relacionado ao fato de ficarem sem assistência
médica na área indígena.
POLÍCIA
FEDERAL – Até o final da tarde de ontem, a Polícia Federal
não tinha conhecimento da informação do possível
conflito na área Yanomami. O superintendente Cláudio Lima de Souza
soube da informação através da reportagem da Folha e disse
que será apurada e possivelmente será estudada uma forma para
contornar a situação, caso se agrave.