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Foto:
Jader Souza
Os profissionais estão protestando em frente à
Funasa reivindicando pagamento
Os
três médicos e 16 enfermeiros contratados pela FUB (Fundação
Universidade de Brasília) e prestadores de serviço para a Funasa
(Fundação Nacional de Saúde) se recusam a voltar para área
Yanomami. Eles alegam que o pagamento referente ao mês de fevereiro está
atrasado. Todos os meses os profissionais estão enfrentando problemas
no repasse de dinheiro.
Na manhã de ontem,
esses profissionais desencadearam uma manifestação, que será
por tempo indeterminado. Carro de som e faixas de protesto auxiliam o movimento
que está acontecendo em frente à sede da Funasa.
A FUB atende a 18 pólos-base
o que corresponde 8.500 índios Yanomami com assistência à
saúde. Em torno de 30 auxiliares de enfermagem estão na área
indígena, mesmo tendo ultrapassado o prazo de permanência, que
é de 30 dias. Alguns deles estão sendo mantidos com alimentação
e outros suprimentos por parte da Funasa.
“Todo mês passamos
por isso. Viemos receber o salário referente a janeiro nos primeiros
dias de março. E agora, o que mais nos preocupa, é a falta de
perspectiva para recebermos o pagamento de fevereiro”, alegou um dos profissionais
contratado pela FUB, Marcos Pellegrini.
Conforme ele, a Universidade
de Brasília alega que a prestação de contas referente ao
investimento da parcela anterior já teria sido apresentada para a Funasa,
o que não justificaria o atraso no repasse. Ocorre que para a área
não ficar descoberta de assistência médica, a Funasa está
substituindo alguns profissionais por servidores do quadro efetivo da União.
Na manhã de ontem,
uma comissão representando os funcionários da FUB recorreram ao
Ministério Público do Trabalho (MPT), para tratar sobre a questão
trabalhista, dentre elas, o atraso no pagamento e a possível mudança
do contrato de prestação de serviço da Universidade de
Brasília, para a Fundação Ajuri, da Universidade Federal
de Roraima (UFRR).
SAÍDA
– No montante do protesto, os profissionais da FUB querem levantar mais
uma vez a questão da permanência do atual coordenador regional
da Funasa, Ramiro Teixeira. “Os índios são totalmente desfavoráveis
à permanência do coordenador. Já realizaram protestos, invadiram
a sede do órgão e o pedido ainda não foi atendido”,
afirmou Pellegrini.
OCUPAÇÃO
– Mesmo sem confirmar, existe a possibilidade de índios Yanomami
invadirem novamente a sede da Funasa. Eles estão se reunindo para traçar
estratégia. Provavelmente, o fato deverá acontecer após
a reunião extraordinária do Conselho Distrital Yanomami, prevista
para os dias 16 e 17 deste mês, com participação de índios,
técnicos da Funasa e representantes das conveniadas. (L.F.)