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Jader Souza
João Ponciano: “Os yanomami entenderam a mensagem
e, agora, a preocupação que a gente vê é que
querem a mudança na conveniada”
Edílson Rodrigues
O
segundo e último dia de reunião entre os representantes das conveniadas
com a Funasa, que prestam serviços de assistência à saúde
na área indígena, foi tranqüilo, diferente do que se esperava
devido às manifestações dos profissionais de saúde.
O encontro aconteceu na Casa de Estudos da Funasa.
Esperava-se
que o clima durante a reunião fosse tenso, por conta do atraso do pagamento
de salário dos servidores da Fub (Fundação Universidade
de Brasília) referente ao mês de fevereiro. A reunião foi
para avaliar a atual situação na prestação de serviços.
O representante
da coordenação da Funasa/RR, João Ponciano, avaliou o encontro
como positivo, porque segundo ele, realmente se esperava a manifestação.
“Os
yanomami entenderam a mensagem e, agora, a preocupação que a gente
vê é que querem a mudança na conveniada, mas têm medo
do desconhecido. Então falta a Fundação Ajuri visitá-los,
conhece-los melhor e explicar suas intenções. Resumindo bem, a
reunião foi favorável para todos”, reconhece Ponciano.
Sobre a
não renovação do convênio com a Fubra, que vence
em 5 de julho, o representante da coordenação da Funasa, explicou
que os índios estão sendo conscientizados de que o trabalho de
assistência na área indígena não vai parar.
A não
renovação do contrato com a Fubra, segundo Ponciano, é
um fato consumado. “É um acordo político já decidido
e não haverá mais continuação do convênio”,
garantiu, afirmando que tem todo um estudo, estão sendo feitas reuniões
às lideranças indígenas, com a UFRR para que haja a mudança,
mas sem traumas.
Ponciano
atribui a não renovação do contrato à falta de colaboração
e de entendimento por parte da Fubra. “A partir do momento que a parceria
começa a se ausentar do gestor, então não há um
diálogo e não havendo essa conversa não existe identificação”,
comentou.
Ele enfatizou
que os próprios usuários [os índios] percebem isso. “As
greves são motivos, então não adianta insistir em erros.
A tendência agora é trabalhar para que outra conveniada possa assumir
as atividades”, frisou Ponciano, destacando que a vantagem da Fundação
Ajuri ser parceira é porque é daqui.