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Depois de tanto se
falar na rescisão do contrato da Funasa com a Fubra/UnB, somente anteontem
as duas partes se reuniram em Brasília, quando foi feito o comunicado oficial
de que o convênio existente desde 2004 será quebrado e formalizado
com a Universidade Federal de Roraima, através da Fundação
Ajuri.
Mesmo
com essa definição, ontem em entrevista à Folha, o coordenador-geral
de projetos da UnB (Universidade de Brasília), Cláudio Machado,
informou que vão fazer o possível para que a Universidade continue
prestando assistência à saúde indígena em Roraima.
“Fomos
comunicados que a Funasa está mantendo entendimentos com a UFRR para
assumir o convênio. Tratamos do assunto com muita cautela, porque se é
para haver a transição, que seja feita de maneira que os indígenas
não venham a se prejudicar com a mudança, se realmente ocorrer”,
explicou Machado.
Ele
atribui a saída da conveniada brasiliense ao desejo de políticos
de Roraima. “Não há razão técnica ou falta
de desempenho da UnB”, ressaltou. Para comprovar que não existem
problemas técnicos para o fim do convênio, explicou que a situação
referente ao atraso de salário já está superada, até
porque, conforme ele, não é um fato que a conveniada possa resolver
porque depende do repasse de recursos da Funasa (Fundação Nacional
de Saúde).
Sobre
a prestação de contas, Machado disse que está normal porque
são prestadas dentro do prazo previsto, assim como responderam a todas
as notificações da Funasa, referentes ao assunto. “Até
agora não recebemos oficialmente nenhum documento que aponte qualquer
problema nas nossas contas. E nem pode ter”, disse Machado.
Quanto
ao desejo político pela mudança, Machado afirmou que não
é nada contra a UnB. “O desejo é para que o convênio
fique com a UFRR, até por questões de relação institucional.
Nós achamos que não é cabível porque, se fosse assim,
empresas que estão em todo Brasil não poderiam estar aqui porque
têm sede em outro Estado”, comentou Machado.
O
coordenador disse que entende a pressão política, a qual ele disse
não fazer crítica, mas a UnB vai fazer o possível para
ficar como conveniada porque acha que o mais importante é a população
indígena que não tem nada contra o pessoal da Universidade brasiliense.
Machado
frisou que o entendimento que está havendo não significa que a
mudança já se efetivou. Segundo ele, há um interesse natural
da Funasa e da UFRR, mas também não há nenhuma certeza
de que esse procedimento irá acontecer. “Dependerá de muitas
definições ao longo dessas discussões”, salientou.
FUNASA
– O coordenador da Funasa em Roraima, Ramiro Teixeira, informou que a
minuta do convênio a ser firmado entre a Fundação e a UFRR
já está na Procuradoria Jurídica da Funasa em Brasília
para ser analisada, a fim de que seja formalizado o contrato.
Ele
disse que houve reunião técnica entre Funasa e Fundação
Ajuri, quando foram realizados ajustes no projeto. “O contrato será
assinado o mais breve possível”, frisou.