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Índios Yanomami enviam ofício ao MS pedindo
empenho na saúde indígena
A Associação Yanomami Hutukara realizou na semana passada a segunda
Assembléia Geral com 50 conselheiros de saúde da etnia, na Casa
Paulo VI, e decidiu encaminhar ofício ao Governo Federal solicitando
mais atenção à saúde indígena da etnia.
Segundo
o líder Davi Kopenawa, a reunião teve como objetivo buscar soluções
rápidas por parte do Governo Federal para minimizar os problemas relacionados
aos direitos dos povos indígenas, educação, invasão
de garimpeiros, permanência de fazendeiros na área Yanomami, além
de pescadores e madeireiros que estão muito próximos das aldeias.
Quanto
à educação, Davi disse que em muitos lugares os Yanomami
estão recebendo o atendimento da CCPY (Comissão Pró-Yanomami)
como as aldeias Tootobi, Palauau, Demini, Paapiu, Caianau e Alto Catrimani.
Porém, na região de Surucucus, Auaris, Ericó, Uraricoera,
Ajarani entre outras não há escolas para atender os indígenas.
A
situação mais agravante é com relação à
saúde indígena, pois, segundo Davi, o apoio por parte da União
não está sendo suficiente para controlar aumento da malária,
como é o caso das aldeias Tootobi, Palauau, Maxabi, Ericó, Uxiu,
Alto Mucajaí, Catrimani e Ajarani, onde ocorrem muitos casos de malária,
gripe e diarréia.
“Sempre
estamos pedindo o apoio do Governo Federal, mas ele não está interessando
em apoiar a saúde indígena. A Funasa [Fundação Nacional
de Saúde] encontra muitas dificuldades para atender a área, que
é muito grande”, disse.
Segundo
Davi Kopenawa, falta remédio para os indígenas doentes, que são
em grande número. Mesmo a Funasa possuindo 22 pólos-base na terra
indígena, mas os funcionários encontram dificuldades para trabalhar,
pois não possuem equipamentos.
“O
coordenador da Funasa fala que o problema é o tamanho da área
e porque ninguém mora junto, tudo espalhado, e a Funasa fica com estas
dificuldades. O Ministério da Saúde não dá apoio.
Além dos equipamentos que faltam para eles trabalharem, muitos funcionários
não têm experiência e a dificuldade fica maior”, disse.
A
reunião teve a participação da Diocese de Roraima, Funai
(Fundação Nacional do Índio), MPF (Ministério Público
Federal), Polícia Federal, Ibama (Instituto de Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis) e outros parceiros da Associação.
Ao
final, foi assinada a ata e segundo Davi, o ofício ao Ministério
da Saúde (MS) pedindo providências deve ser encaminhado com urgência.
“Estamos preocupados com os funcionários que estão com pagamento
atrasado. Queremos melhorias para nosso povo e estamos pedindo ajuda urgente”,
ressaltou.