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Incêndio
começa a atingir área yanomami
Técnicos
da Fundação Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia
(Femact) identificaram ontem durante sobrevôo um grande incêndio
na região de Campos Novos, Município de Iracema, que avança
para áreas das comunidades indígenas localizadas na reserva yanomami,
próximo daquela região.
Em Campos Novos as
famílias de agricultores começaram a perder produção
O
chefe da Divisão de Fiscalização da Femact, Fábio
Machado, disse que o fogo está intenso, não sendo mais passivo
de controle. “Conseguimos ter uma visão do Município de
Iracema e da região de Campos Novos, após obtermos a informação
da realização de algumas queimadas sem autorização.
Apesar do monitoramento, a equipe constatou que o incêndio está
fora de controle. No domingo a fiscalização estava no local, mas
até os técnicos não sabem como o fogo iniciou”.
Machado
alerta os produtores para que não realizem queimadas neste período,
pois está muito seco, e a falta de acompanhamento de um grupo especializado
pode causar grandes estragos como o que está ocorrendo na região.
O técnico não descartou a possibilidade de um novo incêndio
como o ocorrido em 1998.
“O
fogo está se alastrando de Campos Novos para Apiaú, partindo para
área yanomami. Se não houver cuidado, como não existe previsão
de chuva, pode ocorrer outro grande incêndio como em 98”, frisou.
Mesmo
estando na área, os bombeiros não estão combatendo o incêndio
florestal por falta de efetivo. Apenas os incêndios gerados com queimadas
de derrubadas realizadas por agricultores são monitorados, pelo fato
de os bombeiros não estarem em estado de emergência, mas de alerta
total.
No
caso específico de Campos Novos, os soldados estão atendendo os
colonos, buscando evitar que o incêndio chegue aos sítios. “Apesar
de todo o trabalho que estamos realizando, já queimaram bananal, mandioca
e macaxeira. O prejuízo está sendo enorme para colonos de seis
vicinais que já foram atingidas pelo fogo”, acrescentou.
A
ação de fiscalização está sendo coordenada
pela diretoria de monitoramento e controle ambiental. O diretor Alziro Messa
esclareceu que a Femact continuará realizando o trabalho de prevenção
e acompanhamento das queimadas na região. “Vamos continuar fazendo
monitoramento e fiscalização para tentar saber quem está
tocando fogo nessa época, onde as queimadas estão proibidas. Se
os autores dessas queimas ilegais forem pegos vão sofrer as sanções
passíveis em lei”, frisou. A pena para quem for pego fazendo queimada
é de detenção de 6 meses a 2 anos, mais multa que varia
de R$ 1.000,00 a R$ 50 mil por hectare.
Somente
nos dois primeiros meses do ano, mais de 400 ocorrências de incêndios
e queimadas em Roraima foram registradas. No mês de janeiro foram 180
e, em fevereiro, 130 queimadas, numa média de 4,6% ao dia. Na zona rural,
foram quase 100 ocorrências de incêndios de pequeno e médio
porte nas localidades rurais próximas a Boa Vista.