O presidente da organização, Cleyton
da Silva Carvalho, explicou que as denúncias, além de inverídicas,
teriam cunho político. “Nos roubaram vários documentos pessoais,
que nada têm a ver com a entidade, com o único fim de denegrir
a imagem da instituição”, disse.
O responsável pelas denúncias,
segundo Clayton, seria uma outra entidade que quer assumir o trabalho de saúde
na área yanomami. “Eles usaram esses documentos roubados, que são
pessoais, para enganar os Yanomami. O IBDS tem convênio há 6 anos
com a Funasa e o recurso só é liberado se a prestação
de contas tiver em dia. Nós estamos com toda documentação
administrativa em dia, inclusive com aprovação de auditoria feita
no início do ano. Essas pessoas terão que assumir responsabilidade
sobre a denúncia”, frisou.
O coordenador de saúde da organização,
Gunther Sanchez, também afirmou que as informações de epidemias
ou de falta de medicamentos na área indígena não são
verdadeiras. “Não temos nenhuma epidemia e temos inclusive remédios
em estoque. Nunca houve problemas em nossa área que é uma das
melhores atendidas”, comentou.
A coordenação da Funasa em Roraima
abriu procedimento para averiguar as denúncias formalizadas pelos dirigentes
yanomami e dois técnicos da fundação estarão se
deslocando para a área nesta segunda-feira.
DENÚNCIA - Líderes
yanomami acusam o IBDS de má administração do orçamento,
desvio de recursos e descaso no atendimento em São Gabriel da Cachoeira
(AM), na divisa com Roraima, o que estaria comprometendo a qualidade de vida
dos indígenas residentes nas oito aldeias existentes no local.
Segundo a direção da Coiab em
Manaus, os yanomami residentes na fronteira do Amazonas com Roraima sofrem com
a falta de medicamentos e com o atendimento precário nos postos de saúde,
que não possuem material suficiente para os técnicos e enfermeiros
trabalharem. As doenças que mais afetam os yanomami dessa área
são malária e tuberculose.
De acordo com a representação
da Funasa em Roraima, responsável pelos indígenas que vivem na
área yanomami, se as denúncias forem confirmadas, o IBDS pode
perder o direito de administrar a verba pública de saúde destinada
os indígenas na área em questão, e os responsáveis
poderão responder à Justiça por crime de peculato (apropriação
de dinheiro público em benefício próprio).
A denúncia já foi registrada oficialmente
na instituição e encaminhada ao Ministério Público
Federal, à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e
ao Ministério da Saúde.